Protestos contra o governo de Belarus terminam com 770 detidos
Manifestações ocorrem a mais de um mês após Alexander Lukashenko ter sido declarado vencedor nas urnas em uma eleição contestada
Ao menos 774 pessoas foram presas durante os protestos contra o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, no domingo, 13. Segundo o governo, 500 delas foram detidas na capital, Minsk. Lukashenko, por sua vez, se encontrou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e concordou em realizar alterações na Constituição do país.
As marchas contra Lukashenko ocorrem todo domingo desde as eleições em 9 de agosto que reelegeram o presidente, apesar da oposição afirmar que o pleito foi fraudado. Desde agosto, mais de 7.000 pessoas já foram presas.
Nas manifestações de domingo, o governo afirma que ao menos 22.000 pessoas compareceram, enquanto a organização da marcha fala em 150.000.
A polícia é acusada de truculência e perseguição. O uso de agentes sem uniformes para prender manifestantes se tornou prática do governo. No domingo, as forças de segurança prenderam pessoas pelo porte de bandeiras proibidas, como as que carregam as cores vermelhas e brancas, símbolo nacional que datam antes do período da dominação soviética.
Lukashenko, por sua vez, resiste aos pedidos de renúncia mesmo após 26 anos à frente do governo de Belarus. Com Putin como seu principal garantidor, o presidente bielorrusso se encontrou com o presidente russo nesta segunda-feira para falar sobre a “integração” entre os dois países.
Após quatro horas de reunião na residência presidencial em Sochi, e sem dar mais detalhes, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Lukashenko confirmou sua intenção de alterar a Constituição do país.