Dezenas de milhares de trabalhadores saíram às ruas em países de várias partes da Europa nesta quarta-feira para protestar contra os planos de diversos governos de cortar gastos públicos. O protesto acontece num momento importante, em que a União Europeia discute uma medida para punir com multas os países que mantêm déficits acima do permitido pela UE.
As propostas detalhadas sobre esse tema devem ser divulgadas nesta quarta-feira pela Comissão Europeia – braço executivo do bloco, que reúne 27 nações. Os ministros de Finanças da UE também se preparam para uma reunião sobre o tema na próxima quinta, em Bruxelas. Na avaliação dos manifestantes, os cortes de gastos provocarão a perda de milhões de empregos.
Há manifestações marcadas em vários países, como Grécia, Espanha, Irlanda, Itália, Letônia e Sérvia. Os líderes trabalhistas pretendem lutar contra o que consideram uma injustiça, argumentando que os trabalhadores estão pagando pelos erros do setor financeiro.
Em meio à expectativa de grande mobilização dos grupos contrários aos cortes, a polícia belga decidiu reforçar a segurança em Bruxelas, na região em que se encontra a sede da União Europeia. Ali, os manifestantes pretendiam foram demonstrar seu crescente descontentamento com as políticas adotadas pelos governantes dos países do bloco.
Além de cercar a sede da UE, onde líderes trabalhistas ainda esperam reunir até 100.000 pessoas, de 30 países, à tarde, a segurança também foi fortalecida em frente a bancos e lojas. Manifestantes de países distantes como Alemanha, Polônia e Inglaterra estavam a caminho de Bruxelas, a fim de lembrar os representantes do bloco europeu das implicações dos cortes orçamentários para as pessoas.
A principal confederação trabalhista de Portugal, CGTP, próxima dos comunistas, convocou protestos em Lisboa e no Porto e espera reunir mais de 10.000 participantes. Os principais sindicatos da Polônia, Solidariedade e OPZZ, esperam “vários milhares” de manifestantes nas proximidades da sede do governo em Varsóvia.
Na Espanha, os sindicatos afirmaram que 70% dos trabalhadores aderiram à paralisação, informou o jornal El País em seu site. O governo afirmou que a greve “transcorre com normalidade”, mas o transporte público opera em níveis mínimos, segundo o diário.
Na Irlanda, um homem bateu um caminhão contra o portão central do Parlamento, em Dublin. O manifestante protestava contra o pacote de ajuda com dinheiro público dado ao Anglo Irish Bank, e também contra os cortes orçamentários do governo local. O homem, de 41 anos, foi preso. As centrais sindicais irlandesas disseram que o lema do dia de protestos na Europa nesta quarta-feira é “empregos, não cortes”.
(Com Agência Estado)