A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos rejeitou nesta quarta-feria (27), por 301 votos a 121, um amplo projeto de reforma imigratória elaborado por deputados republicanos centristas. O Partido Republicano queria mostrar progresso nessa área antes das eleições de meio de mandato, em novembro, nas quais está ameaçado de perder a maioria nas duas casas do Congresso.
Momentos antes da votação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu apoio à medida, que abriria caminho para a legalização definitiva dos jovens imigrantes que chegaram ao país ainda crianças (conhecidos como dreamers). O projeto de lei também definia recursos orçamentários para a construção de um muro na fronteira com o México e previa o endurecimento das políticas migratórias.
Na terça-feira, ao anunciar que a proposta seria votada, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Ryan (Wisconsin), já havia minimizado as expectativas de aprovação, dizendo que o objetivo era “fazer o melhor que pudermos”.
Para os republicanos mais conservadores, o projeto não era suficientemente rigoroso para restringir a imigração ilegal. Para os democratas, não oferecia uma solução razoável para a situação das famílias de imigrantes separados na fronteira.
Com a rejeição, os líderes republicanos na Câmara devem preparar um projeto que responda somente à polêmica separação de pais e filhos imigrantes na fronteira com o México, segundo analistas. Na semana passada, Trump assinou um decreto que mantinha as famílias unidas no sul do país.
Desde meados de junho, mais de 2.300 menores foram separados de seus pais, presos e submetidos à Justiça por terem passado ilegalmente pela fronteira.
Com um decreto assinado na semana passada, Trump passou a permitir a presença de menores nos centros de retenção junto a seus pais durante o procedimento penal. Mas a medida ainda enfrenta dificuldades para ser aplicada.
(Com Estadão Conteúdo e AFP)