Pressionado, premiê egípcio anuncia reforma do gabinete

A mudança responde aos novos protestos da praça Tahrir, que reivindicam a preservação dos princípios da revolução que derrubou Mubarak

Por Da Redação
11 jul 2011, 22h12

Manifestante acampa na Praça Tahir exigindo respeito aos ideias da revolta que derrubou o ditador (AFP/VEJA)

O primeiro-ministro do Egito, Essam Sharaf, anunciou, nesta segunda-feira, uma remodelação do gabinete político do país. A mudanças, que devem ser colocadas em práticas daqui a uma semana, respondem aos protestos da praça Tahir pela preservação dos princípios da revolução de 25 de junho, que provocou a queda do regime de Hosni Mubarak.

Em discurso televisionado à nação, Sharaf buscou atender a várias das reivindicações que voltaram a levar às ruas milhares de egípcios desde sexta-feira passada. O primeiro-ministro, no entanto, não ofereceu detalhes sobre quais serão os ministérios afetados pela remodelação.

Os manifestantes, centenas dos quais permanecem acampados no Cairo e em outras cidades egípcias, pediram com especial insistência a renúncia do vice-primeiro-ministro, Yehia el Gamal, e do atual ministro do Interior, Mansour el Essawy.

Promessas – Sharaf prometeu trocar os governadores do país antes do final deste mês. Disse ainda ter incumbido o ministério do Interior de afastar, em um prazo máximo de 15 dias, os policiais envolvidos em crimes contra os manifestantes nos dezoito dias da revolução.

Continua após a publicidade

Em outro dos sete pontos do discurso, o mandatário exigiu que o Conselho Superior da Magistratura torne públicos os julgamentos dos envolvidos na morte de manifestantes e que esses processos sejam acelerados. “É preciso tranquilizar o povo e as famílias dos mártires”, afirmou.

Sharaf pediu ainda aos egípcios uma nova oportunidade ao governo e prometeu a reforma das instituições estatais jornalísticas e de informação. “Tomaremos resoluções que cumpram com todas as demandas do povo e os objetivos da revolução”, acrescentou.

(Com agência EFE)