Ramala, 4 jan (EFE).- O carismático Marwan Barghouti, o mais importante preso palestino do Fatah na Cisjordânia, considerou que o processo de paz com Israel está morto, e incentivou os palestinos a seguir o caminho da resistência não violenta e a busca do reconhecimento internacional.
Em carta a seu povo da prisão israelense na qual cumpre pena desde 2002, Barghouti considera que ‘não vale a pena fazer nenhuma tentativa desesperada’ para retomar o diálogo com Israel.
Para ele, segundo a carta reproduzida nesta quarta-feira pelo jornal Alhayat Aljadeeda, a única saída neste momento para os palestinos é recorrer à ‘luta não violenta’, que seu partido Fatah deve liderar como fez durante a primeira e a segunda Intifadas.
A carta coincide com os esforços da Jordânia e do Quarteto para o Oriente Médio de retomar as negociações de paz, estagnadas desde setembro de 2010.
Na terça-feira, em reunião em Amã, israelenses e palestinos acordaram voltar a se encontrar antes de 26 de janeiro, apesar de nenhuma das partes ter se mostrado otimista sobre as possibilidades de êxito.
Barghouti cumpre cinco penas de cadeia perpétua após ter sido declarado culpado do assassinato de cinco israelenses na Segunda Intifada, uma revolta armada da qual foi um dos líderes.
Da prisão, o homem que muitos consideram que poderia se transformar no próximo presidente palestino participa ativamente da vida política e ajudou a conseguir um acordo de reconciliação entre o Fatah e o Hamas, em 4 de maio.
Para 2012, ele também pede aos palestinos um boicote aos produtos israelenses, unidade e democracia.
Barghouti insiste ao presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, que persista no reconhecimento internacional e na admissão da Palestina nas Nações Unidas como fórmula para conseguir as aspirações nacionais de seu povo. EFE