O presidente Barack Obama anunciou ao Congresso americano nesta sexta-feira que 100 soldados foram enviados ao Níger, na África Ocidental, para ajudar a instalar uma nova base de drones de vigilância. A decisão abre uma nova frente na guerra contra a Al Qaeda e outros grupos terroristas com o uso de aviões não tripulados.
A nova base, localizada temporariamente na capital Niamey, é uma indicação da prioridade que a África assumiu nos esforços americanos contra o terrorismo, destaca o jornal The New York Times. A presença militar dos Estados Unidos no continente é limitada, com apenas uma base permanente, em Djibouti, a quase 5.000 km de distância do Mali, onde terroristas dominavam toda a região norte, levando o governo francês a deflagrar uma intervenção no país, em janeiro. Em sua maioria, os militares são especialistas em logística, inteligência e segurança. Segundo Obama, os soldados poderiam apoiar a ação militar da França no Mali.
O Níger, um dos países mais pobres do mundo, assinou um acordo com os Estados Unidos no mês passado que abriu caminho para o aumento da presença militar americana no país e assegurou proteção legal para os soldados deslocados ao país.
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As autoridades afirmam que, inicialmente, os drones Predator farão apenas voos desarmados, para vigilância, embora não tenham descartado a possibilidade de conduzir ataques com mísseis se a ameaça terrorista aumentar. O plano é mudar a base posteriormente para Agadez, cidade no norte do país, mais perto da região do Mali onde foram descobertas células da Al Qaeda no Magreb Islâmico e outros grupos terroristas.
A nova base se junta a pequenas pistas de pouso abertas nos últimos anos na África, incluindo uma na Etiópia, para missões de vigilância com o uso de drones ou aviões turboélice projetados para se parecerem com aeronaves civis. Os drones vão atender a uma necessidade dos Estados Unidos de obter informações mais detalhadas sobre as ameaças regionais – além dos terroristas no Mali, o fluxo de armas para a Líbia.