Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Presidente e primeiro-ministro do Mali são detidos em golpe de Estado

Não há informações claras sobre liderança do motim, mas coalizão opositora afirma que governo falhou em acabar com corrupção e conter violência

Por Da Redação
Atualizado em 18 ago 2020, 23h09 - Publicado em 18 ago 2020, 17h38

Soldados das Forças Armadas do Mali, país do oeste da África, se amotinaram e detiveram nesta terça-feira, 18, o presidente do país, Ibrahim Boubacar Keita, e o primeiro-ministro, Boubou Cissé, além de outros membros do governo. Não há confirmação sob o paradeiro de Keita nem de Cissé, e a emissora de TV estatal do Mali está fora do ar desde o anúncio da detenção.

“Podemos dizer que o presidente e o primeiro-ministro estão sob nosso controle. Nós os detivemos em suas casas”, declarou uma liderança do motim que não quis se identificar. Outra fonte militar acrescentou que Keita e Cissé estão em “um veículo blindado com destino a Kati”, um acampamento militar nos arredores da capital, Bamako, onde o motim começou na manhã desta terça.

A situação continua confusa na capital. “Soldados furiosos pegaram em armas no acampamento de Kati e atiraram para o ar. Eram muitos e eles estavam muito nervosos”, disse um médico local que presenciou o início do movimento.

As razões de tal ação ainda não estão claras. Até então, não há informações sobre a liderança do motim nem sobre quem assume o governo se Keita e Cissé forem depostos.

Opositores de Keita responsabilizam o presidente pela corrupção no governo e pela incapacidade do Estado de conter atos de violência causados por milícias fundamentalistas islâmicas no norte e no centro do país. Protestos significativos pela renúncia do presidente têm sido convocados desde junho por uma coalizão de partidos da oposição, lideranças religiosas (o país é majoritariamente muçulmano) e organizações da sociedade civil.

Continua após a publicidade

Nouhoum Togo, um porta-voz dessa coalizão, que se denomina M5-RFP, não assumiu a autoria do motim, mas afirmou que o episódio desta terça “não é um golpe militar, mas uma insurreição popular”.

Depois da notícia da detenção do presidente e do premiê, centenas de pessoas se mobilizaram pelas ruas em apoio ao motim.

Repercussão

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou no fim da tarde a ação dos militares, e pediu a “libertação imediata e sem condições” de Keita.

Continua após a publicidade

“O secretário-geral apela à restauração imediata da ordem constitucional e do Estado de direito no Mali”, afirmou o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, em um comunicado.

A pedido da França, que tem um passado colonial com o Mali, e do Níger, que preside atualmente a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizará uma reunião de emergência na quarta-feira, 19, sobre a crise no pais africano.

Mais cedo, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também condenou as detenções.

Continua após a publicidade

“Condeno energicamente a detenção do presidente, do primeiro-ministro e de outros membros do governo do Mali, e peço sua libertação imediata”, escreveu Faki em sua conta oficial no Twitter.

A embaixada dos Estados Unidos em Bamako emitiu um alerta nesta manhã devido a “relatos de tiros e agitação e de soldados dirigindo caminhões e disparando suas armas para o ar”, embora o governo americano não tenha se pronunciado até o momento.

Continua após a publicidade

 

(Com AFP e EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.