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Presidente da Argentina faz primeira visita oficial ao Brasil

Nos encontros entre as delegações dos dois países serão discutidos problemas bilaterais, como o déficit argentino de US$ 4,3 bilhões na balança comercial

Por Da redação
7 fev 2017, 07h55
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  • O presidente da Argentina, Mauricio Macri, faz nesta terça-feira visita de Estado a Brasília — a primeira desde a sua posse, há 14 meses. O objetivo é reforçar a relação com o Brasil, principal parceiro argentino na região, no momento em que os dois países querem eliminar barreiras comerciais e conquistar terceiros mercados e que os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, ameaçam adotar uma politica mais protecionista.

    “O encontro dos presidentes Mauricio Macri e Michel Temer abre novas possibilidades, já que pela primeira vez em muito tempo a Argentina e o Brasil estão sintonizados em termos de politica monetária, cambial e comercial”, disse o economista Dante Sica, da consultora Abeceb. Ele lembra que, apesar de os dois países serem os principais sócios do Mercosul (mercado comum integrado também pelo Paraguai, o Uruguai e a Venezuela), o intercâmbio comercial em 2016, de US$ 22,5 bilhões, foi o mais baixo dos últimos dez anos. “Nas duas últimas décadas, a agenda do Mercosul foi repetitiva e os interesses brasileiros e argentinos muitas vezes estavam cruzados, com cada país tentando administrar sua própria crise”, acrescentou Sica.

    Apesar das incertezas politicas no Brasil, abalado pelas investigações da Lava Jato, diplomatas brasileiros e argentinos concordam que o diálogo entre os governos dos dois países está “mais fluido” que no passado recente e que existe boa vontade, de ambas as partes, de “ouvir” sugestões para superar os problemas. “Existe uma sintonia porque tanto o Brasil quanto a Argentina adotaram câmbio flexível, estabeleceram metas inflacionárias e defendem negociações para integrar o Mercosul a terceiros mercados”, disse Dante Sica.

    Nos encontros entre as delegações dos dois países também serão discutidos problemas bilaterais, como o déficit argentino de US$ 4,3 bilhões na balança comercial, que preocupa Macri. O empresário foi eleito presidente com a promessa de reduzir a inflação (que, em 2016, atingiu 40%) e a pobreza (que afeta um terço dos argentinos), além de atrair novos investimentos.

    Pauta da reunião — O Brasil quer incluir a entrada do açúcar na união aduaneira — uma proposta a que a Argentina resistiu nos últimos 20 anos e que agora pode ser revista. Os argentinos produzem açúcar no Norte do pais e mantinham seu mercado fechado às importações do Brasil, alegando que os produtores brasileiros recebiam incentivos do governo.

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    Outra questão que preocupa o Brasil é a nova lei argentina que incentiva a indústria automobilística a comprar autopeças produzidas no país. Os fabricantes de veículos na Argentina que tenham, no mínimo, 30% de conteúdo nacional, serão beneficiados por uma redução de impostos. O Brasil quer que suas autopeças sejam consideradas “nacionais” pelos argentinos.

    Para Macri, a relação com o Brasil é fundamental: 40% das exportações industriais argentinas são destinadas ao mercado brasileiro. E o Brasil tem um estoque de investimento de US$ 12 bilhões na Argentina. Tanto Macri quanto Temer estão apostando na retomada do crescimento econômico nos dois países e no fim da recessão.

    (Com agência Brasil)

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