Paris, 17 mai (EFE).- O novo presidente da França, François Hollande, iniciou nesta quinta-feira sua caminhada no Palácio do Eliseu com a posse dos ministros e a primeira reunião de governo, na qual foi adotada uma diminuição de 30% dos salários de todo Executivo.
Os 17 homens e 17 mulheres do primeiro escalão do governo terão um salário bruto mensal de 9.940 euros, enquanto Hollande e o primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault, ganharão 14.910 euros por mês.
A foto de toda a equipe, que encerrou a reunião ministerial, marca o princípio de uma etapa de austeridade econômica no país.
Na primeira reunião do novo governo francês também ficou acertado que as verbas dos ministérios serão diminuídas em 10%, assim como o número de funcionários da pasta.
E como prova da ‘exemplaridade’ e ‘transparência’ que Hollande quer usar como pilares de seu governo, foi assinado um código de conduta dos políticos que evita conflitos de interesses e obriga os ministros a renunciarem aos cargos executivos que ocupavam antes de tomarem posse.
Além disso, o código de conduta diz que os membros do gabinete devem rejeitar convites privados e presentes de valores superior a 150 euros e escolher o trem como meio de transporte prioritário para deslocamentos inferiores a três horas.
Essas medidas foram adotadas para tentar fazer com que essa seja uma presidência ‘normal’ e diferente do mandato do ex-presidente, Nicolas Sarkozy.
O novo governo começa com a necessidade de ajustar as contas públicas numa economia estagnada no primeiro trimestre, mas também com uma agenda sem descanso em nível internacional.
‘O essencial é nós trabalharmos muito depressa a serviço dos franceses para conseguir levar o país para o caminho da justiça’, disse quarta-feira Ayrault.
O porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem, explicou que a ideia é reformar o país para ‘acabar com os privilégios e melhorar a vida dos franceses’.
Três políticos serão os protagonistas destas mudanças: os ministros da Economia, Pierre Moscovic; das Relações Exteriores, Laurent Fabius; e do Interior, Manuel Valls.
‘A prioridade é fazer avançar os temas mais urgentes e solucionar a crise’, disse hoje Fabius, que se disse ‘profundamente europeu’ mas a favor de um continente diferente, que priorize a criação de emprego.
Moscovici, que assumiu o cargo das mãos de seu antecessor, François Baroin, afirmou que a crise grega e a ‘reorientação da construção europeia’ serão seus temas prioritários. O ministro disse ainda que trabalhará ‘com todos os parceiros’ do país, com a Alemanha e as instituições europeias.
Manuel Valls, nascido em Barcelona há 49 anos e naturalizado francês, em seu primeiro discurso lembrou que não nasceu no país e prometeu que o governo não estigmatizará a população nem fará distinções de categorias, bairros e origens.
Segundo os ministros presentes na reunião, o encontro foi emocionante e solene, e nele Hollande se comprometeu a aplicar as promessas de campanha ‘sem perder tempo’.
Prova disto, é que nesta sexta-feira Hollande viajará para os Estados Unidos, onde se encontrará com o presidente do país, Barack Obama, e depois participará das cúpulas do G8 e da Otan, onde formalizará a saída das tropas francesas do Afeganistão. EFE