O primeiro-ministro do Japão, o conservador Shinzo Abe, anunciou uma reforma do governo com o objetivo de dar um novo estímulo às ações políticas e econômicas após vinte meses no poder. Taro Aso no ministério das Finanças, Akira Amari na pasta da Revitalização Econômica e Fumio Kishida nas Relações Exteriores estão entre os seis veteranos que permanecem no governo, que agora conta com cinco mulheres, incluindo Yuko Obuchi como ministra da Economia, Comércio e Indústria.
O secretário-geral e porta-voz do governo, Yoshihide Suga, mantém os cargos, assim como o ministro dos Transportes, Akihiro Ota. Esta é a primeira reforma ministerial de Abe desde que assumiu o poder. Um dos objetivos é retomar a popularidade do governo, além de concretizar as promessas. A nomeação de cinco mulheres em um gabinete de dezenove pessoas, incluindo Abe, pretende servir de exemplo às empresas, depois do governo ter exigido mais oportunidades para o sexo feminino. O machismo é muito latente na sociedade japonesa e as mulheres raramente ocupam posições como a presidência ou a diretoria de empresas. Mas apesar da reforma, apenas duas mulheres, Yuko Obuchi e Sanae Takaichi nas Relações Internas, ocuparão ministérios de peso.
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Uma nova pasta, Revitalização das Regiões, foi atribuída ao ex-ministro da Defesa Shigeru Ishiba, que deixará o posto de secretário-geral do Partido Liberal-Democrata (PLD), presidido por Abe. O chefe de governo optou por substituir alguns nomes importantes do partido, que domina a vida política nipônica. O ex-ministro da Justiça Sadakazu Tanigaki assume o cargo de secretário-geral do PLD.
Com as mudanças, Abe deseja dar prosseguimento às reformas iniciadas em dezembro de 2012 e marcadas por decisões econômicas conhecidas como ‘Abenomics’. Além de medidas como ampliar a flexibilidade monetária, os analistas consideram imperativo que o governo aprove reformas estruturais na terceira maior economia mundial, que no segundo trimestre registrou uma contração de 1,7% do PIB. Abe também deseja reforçar o peso diplomático do Japão em um momento de tensões na Ásia, além de várias crises no Ocidente e Oriente Médio.
(Com Estadão Conteúdo)