Premiê considera reativação de reatores para evitar apagão
Tema divide população, que teme uma nova crise nuclear como a de Fukushima
O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, disse nesta sexta-feira considerar necessária a reativação de dois reatores nucleares da usina de Oi para garantir a segurança do povo japonês, em relação à possibilidade de que o país sofra apagões no próximo verão. Noda explicou em entrevista coletiva que, apesar da reativação de Oi, este “é um tema que divide o país”, mas disse que assume a responsabilidade de proteger a segurança dos japoneses e que “se aproxima a data para tomar uma decisão”.
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Entenda o caso
- • Em 11 de março, um tsunami, que se seguiu a um terremoto de 9 graus de magnitude, devastou o nordeste do Japão, resultando na morte de 15.000 pessoas.
- • O desastre natural atingiu a usina nuclear de Fukushima e deu origem à mais grave crise atômica desde Chernobyl, em 1986.
- • A partir de então, o mundo todo passou na discutir a real necessidade da energia nuclear, com o temor de que uma nova catástrofe possa colocar o mundo em risco.
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Com isso, o chefe de governo do Japão indicou que deverá ordenar em breve à empresa proprietária da usina o reinício das operações, algo que segundo especialistas pode ocorrer na próxima semana. Após o Japão desligar seu último reator ativo no dia 5 de maio, a região que abriga a usina de Oi, Kansai (segunda mais povoada do país, com mais de 20 milhões de habitantes), só conseguiu gerar 85% da eletricidade que consumiu no verão de 2010.
Noda pediu a compreensão do povo japonês, incluindo a das pessoas afetadas pelo acidente ocorrido em Fukushima, e lembrou que os cortes no fornecimento de energia “podem provocar situações muito perigosas”, e representar um grande custo econômico para o país.
Tarifas – O governante lembrou ainda que, desde a interrupção do funcionamento das usinas nucleares, o Japão depende em grande parte do petróleo – cuja provisão pode nem sempre estar garantida – para produzir eletricidade, o que pode encarecer as tarifas. O premiê garantiu também que o governo e a proprietária da usina de Oi trabalharam durante meses para garantir sua segurança, inclusive no caso de uma catástrofe natural, como o tsunami do dia 11 de março de 2011.
(Com agência EFE)