O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, classificou de repugnante e vil a execução do jornalista americano Steven Sotloff por terroristas do Estado Islâmico (EI). As preocupações do seu governo agora se voltaram para David Cawthorne Haines, um refém britânico que foi sequestrado na Síria e que apareceu no final do mesmo vídeo, indicando que ele deve ser o próximo a ser executado.
De acordo com jornal americano The Washington Post, Haines faz parte de um grupo de ajuda humanitária e foi sequestrado em março de 2013 perto de um campo de refugiados no Norte da Síria.
Segundo a rede BBC, o governo de Cameron sabia há meses que um britânico havia sido sequestrado pelo EI na Síria, mas a informação não havia sido revelada publicamente. Na quarta-feira, o gabinete do primeiro-ministro deve se reunir para discutir a situação de Haines.
Em suas declarações, Cameron não fez referência direta ao caso do britânico, preferindo se condenar a execução do americano. “Meus pensamentos e preces estão com a família e amigos de Sotloff conforme eles lidam com essa situação trágica”, disse Cameron. Nos últimos dias, seu governo tomou uma série de medidas contra os terroristas do EI, como o confisco de passaportes de britânicos suspeitos de se juntar ao grupo.
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EUA – A Casa Branca declarou nesta terça-feira estar “devastada” pelo vídeo que mostra a decapitação de Sotloff. “Vimos um vídeo que supostamente mostra o assassinato do cidadão americano Steven Sotloff pelo Estado Islâmico. A comunidade de inteligência está trabalhando o mais rápido possível para determinar sua autenticidade. Se for genuíno, estamos devastados pelo brutal assassinato de um jornalista americano inocente e expressamos nossas mais profundas condolências a sua família e amigos. Daremos mais informação assim que for possível”, disse à imprensa Bernadette Meehan, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O vídeo, intitulado “Segunda mensagem à América” e divulgado nesta terça-feira pelo grupo de inteligência Site, é muito parecido ao distribuído pelo EI no final de agosto com a decapitação do jornalista americano James Foley, em que a organização jihadista ameaçava matar Sotloff se o presidente americano, Barack Obama, continuasse com sua campanha de ataques contra alvos dos terroristas no Iraque.
A família de Sotloff, por sua vez, pediu privacidade para superar a “horrível tragédia”. “A família está de luto”, disse o porta-voz, Barak Barfi. O comunicado, de apenas duas frases, acrescenta que “não haverá comentários públicos da família neste momento difícil”. Na semana passada, a mãe do jornalista, Shirley Sotloff, pediu que o EI fosse “misericordioso” e libertasse seu filho.