Um armazém de alimentos foi destruído em um ataque com mísseis russos no maior porto da Ucrânia no Mar Negro, em Odessa, nesta segunda-feira, 20, de acordo com militares ucranianos. Nenhum civil foi morto.
A cidade vem sofrendo bombardeios esporádicos desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, e está bloqueada pela Marinha russa.
Segundo o Comando Operacional Sul das Forças Armadas da Ucrânia, as tropas russas dispararam 14 mísseis no sul da Ucrânia durante três horas. Os militares russos não comentaram o ataque.
O ataque se dá em meio aos contínuos avanços russos em direção ao leste da Ucrânia. Representantes separatistas alegaram ter capturado Toshkivka, cidade a cerca de 30 quilômetros de Luhansk, e majoritariamente controlada pela Ucrânia, em uma declaração já reconhecida por Kiev.
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Kiev também confirmou uma alegação russa de ter capturado Sievierodonetsk. Disse ainda que os russos estão tentando ganhar uma posição lá para fazer um avanço no bolsão mais amplo da região leste de Donbass, controlado pela Ucrânia.
O presidente Volodymyr Zelensky previu que Moscou intensificaria os ataques antes de uma cúpula de líderes europeus, que ocorrerá no fim desta semana, para finalmente aceitar que a Ucrânia ingresse na União Europeia.
“Obviamente, esta semana devemos esperar da Rússia uma intensificação de suas atividades hostis. Estamos nos preparando. Estamos prontos”, afirmou Zelensky em um discurso em vídeo no domingo à noite.
Na última sexta-feira, 17, a União Europeia anunciou a intenção de apoiar a Ucrânia e sua vizinha Moldávia se tornarem candidatas ao bloco, uma das mudanças geopolíticas mais dramáticas resultantes da invasão da Rússia.
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“A Ucrânia demonstrou claramente a aspiração do país e a determinação do país de viver de acordo com os valores e padrões europeus”, disse a chefe da Comissão Executiva, Ursula von der Leyen, em Bruxelas. Ela fez o anúncio vestindo cores ucranianas, um blazer amarelo sobre uma camisa azul.
A Rússia há muito se opõe à ideia da Ucrânia se juntar à Otan. Ele acredita que a aliança militar está invadindo sua área de influência política ao aceitar novos membros da Europa Oriental – e a adesão da Ucrânia traria a Otan para sua porta.
A entrada da Ucrânia na União Europeia é controversa, apesar do apoio moral, militar e humanitário cedido a Kiev pelos líderes do continente, e apesar de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ter dito em fevereiro que a Ucrânia era “um de nós e queremos que eles na União Europeia”.
Nenhum país entrou no bloco desde a Croácia, em 2013 — reflexo do caminho longo para a adesão. Mesmo que a candidatura da Ucrânia fosse aceita, o processo até se tornar um membro pleno poderia levar anos.