Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Por que o independentismo basco é mais fraco que o catalão

Os atentados dos terroristas do ETA, que anunciaram a dissolução recentemente, e a economia das duas regiões espanholas podem ser parte da explicação

Por Thais Navarro
Atualizado em 4 jun 2024, 17h25 - Publicado em 9 Maio 2018, 18h47
  • Seguir materia Seguindo materia
  • No País Basco, 58% dos habitantes dizem se considerar principalmente bascos. É um índice maior que o da Catalunha, outra região da Espanha, onde 44% se dizem catalães acima de tudo.

    Contudo, o desejo por criar um estado independente é maior na Catalunha do que no País Basco: 33% contra 24%.

    A primeira explicação para o separatismo ser mais fraco entre os bascos é o terrorismo. Os sucessivos atentados terroristas perpetrados pelo ETA (Euskadi Ta Askatasuna, em língua basca; Pátria Basca e Liberdade, em português) levaram a população a repudiar a causa do grupo. Muitos ainda reclamam da impunidade para seus membros. Eles não se contentam com os pedidos de desculpas dos últimos dias.

    “Entre os anos 1960 e 1980, havia um grande apoio ao ETA. Porém, nos anos 1990 e no século XXI esse sentimento foi reduzido. Foram anos muito difíceis e as ações radicais que eles tomaram estabeleceram uma realidade dramática”, diz Gorka Roman, cientista político basco e professor da Universidade do País Basco. Ela cita o sequestro e assassinato de Miguel Ángel Blanco, político do Partido Popular, como um dos casos que causaram forte indignação, comoção popular e consequente repulsa ao grupo violento. “Cresceram os movimentos no País Basco e na Espanha como um todo contra o ETA, e o apoio ao separatismo diminui. Algumas pessoas relacionaram o movimento independentista com o assassinato”, diz.

    Outra justificativa é que na Catalunha há mais motivos para lutar. “O País Basco já tem muito mais autonomia que a Catalunha, o que explica por que seu apoio à independência é menor”, diz o cientista político americano Jason Sorens, da Universidade de Dartmouth, Nova Hampshire, Estados Unidos.

    Continua após a publicidade

    Astrid Barrio, professora de ciência política da Universidade de Valência, na Espanha, reitera e acrescenta motivos para o recente crescimento do desejo separatista da Catalunha: “Há um conjunto de fatores: a crise econômica e a crença de que a independência melhoraria a situação, a crise política na Espanha e a insatisfação com a sentença do Tribunal Constitucional invalidando o novo Estatuto de Autonomia aprovado em referendo em 2006 são alguns deles”, diz.

    Por fim, a situação econômica também tem uma influência importante no sentimento independentista. “Os bascos têm uma relação muito boa com o governo espanhol em relação aos impostos. Estão cansados da violência e querem aproveitar a prosperidade”, diz o americano Thomas Harrington, professor de estudos ibéricos da Trinity College, em Connecticut.

    Com o anúncio da dissolução do ETA, o movimento independentista seguirá lutando apenas na arena política. Na carta anunciando a dissolução, o grupo diz: “Os antigos membros do ETA vão continuar a luta por um País Basco reunido, independente, socialista, falante da língua basca e não patriarcal”.

    “Não há outra saída para esse problema a não ser a negociação política”, diz Manuel Cabrera, professor de sociologia na Universidade de Sevilla.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.