Por pandemia de Covid-19, 110.000 californianos compraram armas de fogo
Principais razões citadas pelos compradores, a maioria de primeira viagem, são a insegurança nas ruas e o temor de um levante civil
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriu que 110.000 californianos compraram armas de fogo em 2020 como resposta direta aos efeitos da pandemia de Covid-19. Destes, ao menos 47.000 compraram armas pela primeira vez.
A razão mais citada dentro do estudo para o aumento das vendas foi a o temor de que as taxas de crime aumentassem, uma vez que o estado da Califórnia liberou presos de suas celas por conta da pandemia. Outros motivos citados são o medo de um levante civil e a crise econômica, que pode levar ao aumento de roubos e saques.
De todos os entrevistados no estudo, publicado em 6 de outubro, 70% disseram que se preocupavam em serem roubados, e 50% disseram que temem sofrer com violência policial. Os recentes protestos contra o racismo e a brutalidade da polícia nos Estados Unidos também ajudaram a armar a população, segundo o estudo.
A pesquisa também trouxe dados de como esses novos compradores armazenam as armas. Cerca de metade disse que as mantém carregadas e fora de um lugar seguro, como um cofre.
“Saltos anteriores em compras, como os seguintes a ataques em massa a tiros e eleições políticas, foram associados ao aumento da violência com armas de fogo”, diz o estudo. “Similarmente, estudos recentes sugerem um excesso de 2,1 milhões de compras de armas de fogo durante os três primeiros meses da pandemia, correspondendo a 216 casos adicionais aos 1.335 ferimentos fatais ou não fatais relacionados a armas de fogo no país”.
De acordo com a pesquisa, a pandemia “exacerbou persistentes desigualdades estruturais, econômicas e sociais nas condições que contribuem para a violência e suas consequências”.
Nos Estados Unidos, com algumas restrições ou nenhuma, dependendo do estado, qualquer cidadão pode comprar uma arma, assim como formar uma milícia. Devido à pandemia e aos protestos contra o racismo, diversos grupos armados começaram a andar no meio da rua portanto pistolas, escopetas e até mesmo fuzis de alto calibre.
Desde março de 2020, o FBI já reportava números históricos nos registro de armas. De acordo com a Fundação Nacional de Tiro Esportivo, até agosto cinco milhões de pessoas compraram sua primeira arma nos Estados Unidos.