Polícia mata quatro suspeitos de estupro e feminicídio na Índia
Detidos no final de novembro, suspeitos teriam tentado escapar durante reconstituição do crime
Quatro homens detidos sob a acusação de estuprar e matar uma mulher no interior da Índia foram mortos pela polícia nesta sexta-feira, 6, na Índia. O país é considerado o mais perigoso para mulheres e, desde novembro, tem sido palco mais frequente de casos de feminicídio e de abusos.
Segundo as autoridades, os quatro mortos teriam atacado os policiais e tentado escapar durante a reconstituição do crime no local onde foi cometido, próximo à cidade de Hyderabad, a cerca de 1.500 quilômetros da capital indiana, Nova Délhi.
Como reporta o portal de notícias Al Jazeera, “nenhum detalhe foi imediatamente disponibilizado sobre quantos policias teriam escoltado os quatro acusados [para a suposta reconstituição do crime] e se eles estavam algemados ou como usualmente acontece”.
A polícia indiana é acusada de assassinatos extrajudiciais, que são chamados pela imprensa local de “encontros”. Logo após o incidente desta sexta-feira, pessoas lançaram pétalas de flores no local onde os quatro suspeitos foram mortos e aplaudiram os policias, relatou a revista local India Today.
Os quatro suspeitos tinham entre 20 e 26 anos de idade e estavam detidos desde o final de novembro, após a acusação de estupro e morte por asfixia de uma veterinária de 26 anos. Eles teriam queimado o corpo da vítima e abandonado debaixo de uma ponte.
Entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro, centenas de manifestantes se mobilizaram a favor de uma investigação rápida do caso e da adoção de leis mais rigorosas para proteger as mulheres no país.
A violência sexual contra mulheres continua generalizada na Índia. O país é o mais perigoso do mundo para ser mulher, de acordo com uma pesquisa de 2018 da Thomson Reuters Foundation. Na quinta-feira 5, uma jovem de 23 anos foi queimada viva por um grupo de homens. Dois deles a haviam estuprado.
Em caso semelhante ao da veterinária, uma adolescente também foi vítima de estupro coletivo e, depois, morta e queimada no estado de Bihar, no nordeste da Índia, entre final de novembro e início de dezembro.