A polícia de Pequim procura por pelo menos oito pessoas que estariam ligadas ao incidente ocorrido na última segunda-feira na Praça da Paz Celestial, quando um carro pegou fogo próximo ao retrato de Mao Tsé-tung na entrada da Cidade Proibida. O provável ataque terrorista deixou cinco mortos e 38 feridos.
O jornal chinês South China Morning Post publicou nesta quarta-feira que as autoridades formaram uma equipe especial para encontrar os suspeitos e começaram as buscas por sete pessoas da etnia uigur. Esse grupo é majoritário em Xinjiang, no noroeste de país, professa a religião muçulmana e defende a independência da região. O oitavo suspeito procurado foi identificado pela polícia como Liu Ke, um jovem de 21 anos, aparentemente da etnia Han – majoritária na China.
Poucas horas depois do incidente, a polícia enviou para os hotéis de Pequim os nomes dos suspeitos e pediu aos estabelecimentos que informassem as forças da ordem se tivessem pistas de algumas dessas pessoas. Em Xinjiang, as autoridades também começaram uma investigação. A ação da polícia chinesa, no entanto, não vincula oficialmente as investigações com o ocorrido na Praça da Paz Celestial. O governo chinês quase não divulgou detalhes sobre o fato que foi caracterizado como um “acidente de trânsito”.
O Congresso Mundial Uigur, entidade que representa a etnia, pediu “calma e precaução” ao falar do incidente e demonstrou sua preocupação pela falta de transparência do governo chinês. Pequim ameaça endurecer com os rebeldes uigures e ressaltou na terça-feira, através da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, que Xinjiang é uma região na qual “houve casos de terrorismo e violência”. O porta-voz também advertiu que a China “tomará medidas enérgicas contra qualquer tipo de violência, a fim de salvaguardar a segurança de sua gente”.
“Acidente de trânsito” – Por volta das 12h05 do horário local da segunda-feira (2h05 de Brasília) um veículo modelo jipe invadiu a área de pedestres próxima ao portão de Praça da Paz Celestial, onde fica o famoso retrato de Mao Tsé-tung na entrada da Cidade Proibida, e atropelou vários turistas e policiais em sua passagem. Após os atropelamentos, o veículo pegou fogo, levantando suspeitas de autoimolação. Segundo relatórios oficiais, os três ocupantes do veículo morreram e mais dois turistas, uma mulher filipina e um homem da província chinesa do Cantão. Entre os feridos há outros três turistas filipinos e um japonês.
Separatistas – Xinjiang, no extremo noroeste da China, é uma região habitada por etnias muçulmanas descendentes dos povos da Ásia Central, como os uigures, e em julho de 2009 um enfrentamento entre essa etnia e os chineses han causou mais de 200 mortes na capital regional, Urumqi. O governo da China atribui esse fato e outros ocorridos na região a grupos terroristas que buscam a criação de um país independente, chamado pelos rebeldes de Turquestão Oriental.
(Com agência EFE)