Depois de se colocar à disposição da Justiça argentina para esclarecer as acusações de lavagem de dinheiro, Lázaro Báez, o empresário pivô do escândalo “Lázarogate”, quer agora processar por “calúnia e difamação” o homem que o denunciou, informou nesta quinta-feira o jornal La Nación. Leonardo Fariña, um jovem contador, admitiu ao jornalista Jorge Lanata que transportou sacolas cheias de dinheiro – sob ordens de Báez – até Santa Cruz, reduto kirchnerista.
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O jornal argentino que pertence a Báez, Prensa Libre, afirmou nesta quinta-feira que o processo que ele vai mover se baseia nas expressões “mentirosas e prejudiciais” com as quais Fariña “fez falsas acusações de crimes de ordem pública proferidas em um contexto de entrevistas gravadas em datas não determinadas e aparentemente obtidas em uma emboscada diante do jornalista Jorge Lanata”.
Báez acusou Fariña de provocar “um escândalo de dimensões descomunais que serviram ao Grupo Clarín para avançar em sua investida contra o governo nacional”. Ele também apresentou uma queixa contra Federico Elaskar, dono da financeira SGI, que admitiu publicamente ter transportado dinheiro do empresário a paraísos fiscais.
Desde que o escândalo explodiu, em abril passado, o governo argentino tenta desqualificar o programa do jornalista Jorge Lanata e passou a perseguir com mais intensidade o Grupo Clarín, ao qual pertence o programa televisivo. Lanata também entrevistou Antonio Cañas, o arquiteto que projetou e construiu um cômodo enorme na casa do ex-presidente Nestor Kirchner e sua mulher, a agora presidente Cristina Kirchner, na cidade de El Calafate, em Santa Cruz, Patagônia.
O cômodo foi projetado para abrigar um enorme cofre na casa. As sacolas de dinheiro eram transportadas diretamente da Casa Rosada até Santa Cruz e, então, para paraísos fiscais. A amante e ex-secretária de Kirchner, Miriam Quiroga, confirmou ter testemunhado a prática e disse que Cristina sabia de tudo.