Piloto russo que desertou para a Ucrânia é encontrado morto na Espanha
Maxim Kuzminov foi encontrado morto a tiros em cidade ao Sul da Espanha no dia 13 de fevereiro
Seis meses após desertar do exército da Rússia para a Ucrânia, o piloto militar russo que fugiu dramaticamente em seu helicóptero foi encontrado morto em uma garagem subterrânea na Espanha, informou a agência de notícias EFE nesta segunda-feira, 19. O corpo de Maxim Kuzminov foi encontrado no dia 13 de fevereiro na cidade de Villajoyosa, no sul do país, onde ele morava com um passaporte ucraniano e nome diferente. Segundo o jornal ucraniano Ukrainska Pravda, ele foi assassinado a tiros.
Relatórios da polícia espanhola indicam que o piloto russo levou 12 tiros de homens armados desconhecidos. Um carro queimado também foi encontrado próximo ao local do crime. O jornal espanhol La Informacion, o primeiro a noticiar o tiroteio na região, informou que os investigadores estão a procura de dois suspeitos que fugiram no veículo encontrado queimado posteriormente.
Inicialmente, a investigação apontou que o tiroteio estaria relacionado a gangues. No entanto, isso ocorreu antes da polícia descobrir a história da vítima.
Deserção para a Ucrânia
Nesta terça-feira, 20, o chefe da espionagem russa, Sergei Naryshkin, disse que o piloto morto era um “cadáver moral” por se opor à ofensiva militar da Rússia e desertar do exército.
“Este traidor e criminoso tornou-se um cadáver moral no exato momento em que planejou seu crime sujo e terrível”, afirmou Naryshkin.
Kuzminov cruzou a linha de frente da guerra em agosto passado, durante um voo com seu helicóptero Mi-8 entre duas bases aéreas russas. Na ocasião, ele devia transportar peças para aviões caça 27 e Su-30. Ao invés disso, ele pousou a aeronave em território ucraniano.
Os outros dois colegas pilotos que estavam com ele na ocasião foram mortos. O chefe do Serviço Ucraniano de Inteligência (GUR), Kyrylo Budanov, afirmou que seus oficiais persuadiram Kuzminov a desertar durante uma elaborada operação de seis meses. Antes disso, a família do militar foi retirada da Rússia, disse Budanov.