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Pescadores conseguem enriquecer após acidente da BP

Há um ano, 4,9 milhões de barris de petróleo começaram a vazar na região

Por Da Redação
20 abr 2011, 07h58

Após um ano do acidente da BP, que derramou uma enorme quantidade de petróleo nas águas do Golfo do México, um novo “desastre” envolvendo a gigante do petróleo domina os meios de comunicação. Os cheques assinados como indenização pela companhia foram parar nos bolsos de poucas pessoas afetadas, enquanto a maioria se cansa de esperar. O acidente com a plataforma Deepwater Horizon, em 20 de abril de 2010, provocou 11 mortes, foi responsável pelo vazamento de 4,9 milhões de barris de petróleo ao longo de três meses e garantiu, a primeira vista, uma série de desgraças para qualquer empresário da região.

Atualmente, a economia do Golfo continua enfrentando dificuldades, e os pescadores permancem desestimulados. Porém, alguns deles conseguiram o que parecia impensável: enriquecer com as consequencias do vazamento. A imprensa americana batizou os felizardos como “spillionaires” – algo como “milionários do vazamento”, um grupo de pessoas que recebeu grande parte dos 16 bilhões de dólares gastos até agora pela BP com a limpeza e a indenização aos que foram prejudicados pelo maior desastre ecológico da história do país.

Desde que a companhia petrolífera estabeleceu o fundo, empresários e autoridades locais cobram da BP somas exageradas por cada despesa possível, segundo investigações independentes da agência ProPublica e do jornal de Nova Orleans The Times-Picayune. Enquanto isso, cerca de 130.000 empresários e pescadores esperam impacientes que suas denúncias atravessem o complexo sistema de gestão do Centro de Reivindicações do Golfo do México (GCCF), que administra o fundo de 20 bilhões de dólares disposto pela BP.

Ecossistema – Já o outro grande capítulo pendente do vazamento, a batalha por salvar o ecossistema da região, se estenderá por décadas, segundo todas as previsões. Como consequência da profundidade que o petróleo derramado atingiu – 1.500 metros – grande parte dessa matéria-prima se confunde com a areia do fundo do mar, enquanto outra grande porção se dissolveu, o que, por enquanto, impossibilita medir seu impacto no futuro.

Embora a maioria das praias já esteja aberta, não se pode descartar novos prejuízos nos mais de 4.800 quilômetros de costa e restingas que foram atingidas pelo vazamento de petróleo. Em alto-mar, apenas 2.500 dos 220.000 quilômetros quadrados em que a pesca foi proibida após a catástrofe continuam fechados, embora a deterioração das restingas impeça que camarões e ostras que sustentavam a economia do litoral prosperem.

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Muitos animais da região também estão prejudicados, em particular as mais de 400 tartarugas que correm risco de extinção e que foram contaminadas, enquanto algumas espécies estão quase totalmente recuperadas, como os pelicanos, que pouco após o vazamento apareceram em várias fotografias com suas asas manchadas.

Questões pendentes – Durante meses, diversas imagens ilustravam diariamente os meios de comunicação de todo o mundo, que agora dão destaque a outras catástrofes, como o acidente nuclear no Japão. Mas assuntos relacionados ao vazamento ainda merecerão algum destaque, como a multa que o governo dos Estados Unidos imporá à companhia após o fim das investigações sobre as causas da catástrofe. A conclusão, por enquanto, é que o desastre não foi causado por um único fator, mas por uma série de erros protagonizados pela BP e uma indústria petrolífera pouco responsável na hora de regular as explorações.

Após pôr fim a uma longa moratória referente às perfurações, o governo concedeu dez novas permissões para perfurar no Golfo, com um sistema de regulação muito mais estrito com o qual tenta transmitir à indústria a sensação de que a lição foi aprendida. O grande desafio do governo agora é conseguir fazer com que essa mesma mensagem seja entendida pelos pescadores da região e pelos cientistas, o que, aparentemente, deve demorar mais alguns anos.

(Com agência EFE)

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