Pequim registra 79 casos de Covid-19 e volta a impedir circulação
Autoridades sanitárias investigam mercado 20 vezes maior que o de Wuhan. Novos casos preocupam China no momento em que o país tenta recuperar a economia
Dois meses depois de liberar a circulação de pessoas e anunciar a retomada de algumas atividades econômicas, Pequim voltou a fechar escolas, centros desportivos e a montar pontos de verificação para detecção de casos de Covid-19. A capital chinesa adotou as medidas após as autoridades identificarem 79 novos casos da doença nos últimos quatro dias. Cem mil agentes de saúde foram mobilizados para tentar impedir uma segunda onda da doença.
O foco está no mercado de Xinfadi, um dos maiores do país, por onde passam milhares de pessoas em busca de carnes e vegetais. O local tem área equivalente a 160 campos de futebol e é quase vinte vezes maior que o mercado de frutos do mar de Wuhan, o provável local de origem da doença.
Os onze bairros ao redor de Xinfadi e outros dez próximos de outro mercado foram interditados, enquanto 90 mil moradores são examinados. Os agentes também realizaram operações em condomínios para identificar moradores que estiveram no estabelecimento e podem estar contaminados. Postos sanitários foram instalados para medir a temperatura de pessoas ao redor de shoppings, supermercados e prédios comerciais.
O aumento de casos evidencia que, apesar do rígido controle social imposto pelas autoridades e da política de testes em massa, o novo coronavírus pode voltar a circular. Pequim experimenta, na prática, o que os especialistas estão chamando de “efeito sanfona”, em que as cidades promovem fechamentos e aberturas, de acordo com a situação sanitária.
A volta do coronavírus mergulhou Pequim, sede de muitas grandes corporações, na incerteza no momento no qual a China tenta espantar o torpor econômico causado pela doença. “Os esforços de contenção entraram rapidamente em um modo de tempos de guerra”, disse Xu Ying, uma autoridade municipal de alto escalão, durante coletiva de imprensa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que já foi informada sobre o surto e sobre as investigações promovidas pelas autoridades chinesas.
(Com Reuters)