O diretor de cinema chinês Fan Popo conseguiu a primeira decisão de um tribunal na China contra a censura. Quem revelou a façanha foi o próprio cineasta, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. Popo disse que está muito satisfeito e luta para que um de seus filmes possa ser exibido no país. A Administração Estatal de Imprensa, Rádio, Cinema e Televisão, responsável pela censura na China, foi condenada pelo Tribunal Popular de Pequim por não ter dado a explicação adequada ao cineasta sobre porque um filme seu tinha sido retirado dos principais serviços de compartilhamento de vídeos na internet.
Embora a condenação seja pequena – a administração deve unicamente pagar 50 iuanes, cerca de 28 reais, e não obrigue a exibição do filme, tem um grande valor simbólico por ser a primeira vez que um tribunal chinês admite uma denúncia contra um ato de censura e ainda por cima dando ganho de causa ao artista censurado.
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“Agora vou negociar com os sites que foram obrigados a retirar o filme para ver se posso voltar a publicar o vídeo”, disse Popo. O jovem cineasta, de 30 anos, levou o caso aos tribunais em setembro após sete meses sem conseguir autorizar a exibição pela via administrativa. O filme censurado, chamado “Mamãe Arco-íris”, conta a história de seis mães chinesas que têm filhos gays, como o próprio cineasta, que também é um ativista a favor da integração dos homossexuais na sociedade do país.
(Da redação)