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Parlamento venezuelano repudia “Constituinte ditatorial”

Assembleia Legislativa afirmou não reconhecer atos da Constituinte e considerou demissão da procuradora-geral "nula" e "sem efeito"

Por Da redação
Atualizado em 8 ago 2017, 10h35 - Publicado em 7 ago 2017, 21h04
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  • A Assembleia Legislativa da Venezuela, controlado pela oposição, aprovou nesta segunda-feira um acordo de “não reconhecimento de atos contrários à ordem constitucional”, que nega a legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte promovida pelo governo de Nicolás Maduro, e denunciou que as primeiras medidas tomadas pelo órgão foram uma confirmação de sua natureza ditatorial.

    O acordo foi aprovado por unanimidade pelos deputados que se opõem a Maduro. O Parlamento também denunciou a decisão da Constituinte de prolongar por dois anos o período que a assembleia terá poderes soberanos para reorganizar o governo e modificar todas as instituições da Venezuela.

    O embaixador do Brasil na Venezuela, Ruy Pereira, participou da sessão que aprovou o pacto que denuncia a Assembleia Constituinte. Na semana passada, diplomatas do Reino Unido, México, Espanha e França já tinham ido ao local em apoio à Assembleia Legislativa.

    Para os deputados da oposição, a atuação da Constituinte no curto espaço de tempo desde que foi instaurada é uma prova de todas as críticas e alertas feitos anteriormente e confirma que o órgão tem o “propósito de usurpar o poder do povo para tentar prolongar uma dominação ditatorial”.

    Os parlamentares criticaram também o estabelecimento por parte da Constituinte de uma “comissão da verdade” para estabelecer “responsabilidades pela violência” em protestos contra o governo. Segundo eles, essa comissão criada formalmente ontem é uma “grave violação dos direitos humanos” por ser concebida pelos “protagonistas de atos de repressão indiscriminada”.

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    O Parlamento reiterou que “mantém e defenderá” o domínio jurídico sobre o Palácio Federal Legislativo, sua sede natural, e voltou a afirmar que a Constituinte foi eleita em um processo fraudulento, o que também foi denunciado pela empresa responsável pela contagem dos votos das eleições de 30 de julho.

    Luisa Ortega

     A Assembleia Nacional também se manifestou a favor de Luisa Ortega Diaz nesta segunda-feira. Os deputados afirmaram que a decisão da Constituinte de demitir a procuradora-geral é nula e sem efeito, e declararam que consideraram a nomeação de Tarek William Saab para o cargo como uma usurpação de poderes.

    Saab declarou que buscará “restabelecer a paz cidadã” e que promoverá a justiça com equidade, ao mesmo tempo em que apontou que sua antecessora no cargo foi “cúmplice” da violência no país durante os últimos quatro meses. “Assumimos esta nova função com o maior grau de responsabilidade na busca do equilíbrio (…) para promover a justiça com equidade, os direitos humanos e fazer um grande esforço; contribuir com um grão de areia para restabelecer a paz cidadã”, declarou o novo procurador-geral  em uma coletiva de imprensa no Ministério Público (MP).

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    A Venezuela vive desde abril uma série de manifestações a favor e contra o governo, que já deixaram 121 mortos, situação que se aguçou desde a instalação da Assembleia Constituinte na sexta-feira passada, que não é reconhecida pela oposição e vários governos e organismos internacionais. EFE

    Hackers

    Nesta segunda-feira, um grupo autointitulado Binary Guardians disse ter hackeado cerca de 40 sites estatais da Venezuela, entre eles, o do governo, da Suprema Corte e do Parlamento. A operação foi feita em apoio a rebelião militar que ocorreu no último domingo.

    Em seu Twitter, o grupo conta que colocou em todos os sites uma mensagem intitulada “Operação David”, em referência ao nome que a mídia venezuelana deu ao ataque militar, com um trecho do discurso de Charlie Chaplin no filme “O grande Ditador”.

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    Em resposta, apoiadores de Maduro fizeram uma passeata em Caracas em favor da Assembleia Nacional Constituinte.

    (Com agência AFP e EFE)

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