Parlamento Europeu premia opositores da Venezuela por luta pela democracia
María Corina Machado e Edmundo González recebem Prêmio Sakharov devido à atuação contra a ditadura de Nicolás Maduro após eleição contestada
O Parlamento Europeu anunciou nesta quinta-feira, 24, que o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento deste ano foi para os líderes da oposição venezuelana María Corina Machado e Edmundo Gonzalez, por “representar o povo da Venezuela na luta para restaurar a liberdade e a democracia”.
A Venezuela realizou uma eleição presidencial em julho, em que González derrotou o ditador Nicolás Maduro por 67% a 30%, de acordo com uma contagem de votos divulgada pela oposição e reconhecida por grande parte da comunidade internacional. No entanto, Conselho Eleitoral Nacional (CNE), controlado pelo chavismo, declarou vitória do atual líder por 51% a 44%, sem apresentar evidências.
Perseguição
González — que é procurado pelas autoridades venezuelanas após um tribunal emitir um mandado de prisão a pedido do Ministério Público por conspiração e outros crimes — fugiu para a Espanha em setembro. Maduro atribuir uma suposta tentativa de golpe à oposição.
Já María Corina vive escondida desde que denunciou fraude nas eleições presidenciais. Ela foi impedida de disputar a eleição e declarada inelegível pelo Judiciário cooptado pelo regime.
“Edmundo e María continuaram a lutar pela transição livre, justa e pacífica do poder e defenderam destemidamente os valores que milhões de venezuelanos e este parlamento tanto prezam: justiça, democracia e o estado de direito”, disse a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
Segundo ela, María Corina e González representam “todos os venezuelanos, dentro e fora do país, que lutam para restabelecer as liberdades e a democracia diante da injustiça”.
Defesa de direitos
O Prêmio Sakharov foi criado em 1988 e é concedido a indivíduos e organizações que defendem os direitos humanos e a democracia.
No ano passado, o parlamento concedeu a homenagem à iraniana Mahsa Amini, que morreu nas mãos da política após ser presa por uso “incorreto” do hijab, o véu islâmico que cobre a cabeça, e ao movimento “Mulher, Vida, Liberdade” que eclodiu no Irã após o incidente.