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Parlamento escocês aprova novo referendo sobre independência

Dois anos e meio após a população dizer "não" à saída do Reino Unido, a premiê Nicola Sturgeon pressiona por mais uma consulta pública

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h10 - Publicado em 28 mar 2017, 15h08
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  • O parlamento da Escócia aprovou nesta terça-feira a proposta da primeira-ministra Nicola Sturgeon para realizar um novo referendo sobre a independência do país, entre o final de 2018 e 2019. A decisão, com 69 votos a favor e 59 contrários, dá uma segunda chance ao governo autônomo para negociar com Londres uma consulta pública sobre sua saída do Reino Unido.

    Um dia antes que o governo britânico ative o Artigo 50, que dá início oficial ao processo de saída da União Europeia (UE), Sturgeon defendeu que os escoceses devem ter o direito de “escolher entre o Brexit – possivelmente bem difícil – ou se transformar em um país independente”. “A Escócia, como o restante do Reino Unido, se encontra em uma bifurcação”, disse a líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP), que somou os seis votos do Partido Verde aos seus 63 deputados para obter a maioria necessária para aprovar a moção na câmara.

    Amanhã, quando a premiê britânica Theresa May der início ao período de dois anos para negociar as condições de saída da UE, o Reino Unido caminhará rumo a uma mudança “significativa e profunda”, disse Sturgeon. O debate no parlamento autônomo durou cerca de sete horas, em uma sessão que se estendeu por três dias e que foi suspensa na quarta-feira passada devido ao atentado terrorista em Londres.

    Em 2014, 55,3% dos eleitores escoceses rejeitaram a proposta de separação do Reino Unido feita pelo mesmo partido de Sturgeon. Desta vez, a premiê acredita que a situação mudou devido à aprovação do Brexit – a permanência na UE foi um dos pontos mais importante na escolha escocesa em dizer não à separação.

    Processo de independência

    O “sim” do Parlamento é um passo, mas está longe de ser uma decisão sobre uma possível independência escocesa. A grande barreira está na relação entre o país e o Reino Unido, personificados em May e Sturgeon. Para que possa realizar uma consulta com validade legal, a Escócia precisa do aval britânico, que tem autonomia para atrasar a votação.

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    A primeira-ministra da Escócia defende que o referendo seja realizado entre o outono de 2018 e a primavera de 2019, um período que acredita ser suficiente para que os termos do Brexit estejam mais claros e os cidadãos tomem uma “decisão informada”. Por outro lado, May se limita a dizer que “agora não é a hora” e que não vai aceitar o cronograma escocês.

    Nas bancadas da oposição, a líder do Partido Conservador na Escócia, Ruth Davidson, lamentou que o SNP tenha posto sobre a mesa um “calendário apressado” para uma nova consulta. Para Davidson, os escoceses “têm o direito de ver como funciona na prática o processo do Brexit” antes de tomarem uma decisão sobre sua independência. Kezia Dugdale, representante do Partido Trabalhista na Escócia, que também se opôs à moção de Sturgeon, ressaltou que 85% da população escocesa votou no referendo anterior e que “a vontade dos cidadãos deve ser respeitada”.

    (Com EFE e Estadão Conteúdo)

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