Parlamento chinês expulsa ex-ministro Bo Xilai e se prepara para renovação no congresso
Bo, que protagonizou um dos maiores escândalos da política no país, também foi destituído do Partido Comunista da China
A Assembleia Nacional Popular da China (ANP) anunciou neste sábado a expulsão de Bo Xilai, ex-ministro do Comércio do país, do órgão legislativo, segundo informou a agência oficial Xinhua. A decisão foi tomada após uma comissão ter recebido os relatórios da assembleia local de Chongqing, município que Bo governou entre 2007 e 2012, e um dia depois de o chinês ter sido destituído do Politburo do Partido Comunista da China (PCCh).
Bo Xilai foi protagonista do maior escândalo político da China em mais de duas décadas (entenda o caso no quadro abaixo). Segundo a imprensa, Bo é suspeito de corrupção, abuso de poder e relações ‘inapropriadas’ com mulheres. O ex-ministro chegou a participar do último plenário anual do ANP, mas um dia após o seu término, em 15 de março, e depois ter sido criticado publicamente pelo primeiro-ministro, Wen Jiabao, foi anunciada a sua suspensão temporária como secretário-geral do Partido Comunista em Chongqing, o que marcou o início de sua queda.
Anteriormente, Bo era um dos políticos com maior projeção da China e tinha grandes possibilidades de ocupar um dos postos do Comitê Permanente do Partido, a cúpula do poder chinês, que será renovado em um congresso que começará em oito de novembro.
Há cinco dias, o braço-direito de Bo Xilai e ex-chefe da polícia de Chongqing, Wang Lijun, foi condenado a 15 anos de prisão por ter encoberto o assassinato de um empresário britânico, Neil Heywood, morto pela esposa de Bo, Gu Kailai. A mulher do ex-ministro foi condenada a morte em 20 de agosto, mas sua pena foi suspensa por dois anos, o que na prática representa a prisão perpétua se ela mostrar boa conduta e arrependimento, segundo o código penal chinês. Foi Wang quem revelou o escândalo quando em fevereiro tentou se refugiar no Consulado dos EUA de Chengdu.