O Parlamento do Reino Unido rejeitou nesta segunda-feira, 28, o pedido do primeiro-ministro Boris Johnson para antecipar as eleições para o dia 12 de dezembro.
A moção apresentada por Johnson foi recusada com 299 votos a favor e 70 contra – para aprovar o pedido, o premiê precisava de dois terços dos votos da Câmara dos Comuns, ou seja, mais 43 votos a favor do adiantamento. Esta é a terceira vez que a proposta de eleições antecipadas é rejeitada pelos legisladores.
Após a derrota, Johnson afirmou que enviará um novo projeto de lei ao Parlamento solicitando uma alteração na norma que rege a convocação de eleições, a fim de garantir que sua moção de adiantamento seja aprovada em uma nova votação.
Para que esse projeto de lei passe na Câmara dos Comuns, Johnson precisa apenas de uma maioria simples.
A rejeição ao pedido de Johnson vem no mesmo dia em que a União Europeia confirmou o adiamento do Brexit para 31 de janeiro.
Johnson solicitou a Bruxelas uma nova prorrogação da data de saída após ser forçado pela Câmara dos Comuns, diante das dificuldades para aprovar o acordo do Brexit no Parlamento britânico.
“Mais tarde nesta noite, o governo notificará a apresentação de um projeto de lei urgente para uma eleição em 12 de dezembro, para que possamos finalmente concluir o Brexit. O Parlamento não pode mais manter este país refém… agora que o (Brexit) sem acordo está descartado, temos um ótimo acordo. É hora de colocar isso para os eleitores”, afirmou Johnson.
Já o Partido Nacional Escocês e os Liberais Democratas propuseram eleições para o dia 9 do mesmo mês – uma das datas mais próximas nas quais o pleito pode ocorrer, porque a legislação britânica prevê que precisa haver no mínimo cinco semanas entre a convocação de eleições e o dia da votação.
Segundo a imprensa britânica, nesta data os estudantes ainda não estariam em recesso de fim de ano, ao contrário do dia proposto pelo primeiro-ministro.
Segundo o jornal The Guardian, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, sugeriu que seu partido poderia apoiar o plano dos Liberais Democratas, de acordo com o jornal britânico “The Guardian”, dizendo que seria necessário elaborar um plano para assegurar uma data que “protegesse o direito ao voto de todos os cidadãos”.
Corbyn sempre afirmou não ser contra uma eleição antecipada, mas que queria se certificar que ela só aconteceria quando houvesse total garantia de que o Brexit sem acordo estivesse totalmente descartado.