O Parlamento britânico rejeitou nesta quarta-feira, 13, a possibilidade de deixar a União Europeia (UE) sem um acordo com o bloco.
Por 312 a 308 votos, foi aprovada uma emenda da parlamentar Caroline Spelman, que rejeita a possibilidade de um Brexit sem um pacto com a UE “a qualquer momento e sob qualquer circunstância”.
A votação foi acionada depois que, na terça-feira 12, os parlamentares refutaram um novo pacto proposto pela primeira-ministra Theresa May para o Brexit.
Demonstrando mais uma vez o caos que reina na política britânica, o resultado foi extremamente apertado não porque a metade da Câmara seja favorável a um Brexit sem acordo, mas porque se trata da emenda a uma moção apresentada previamente por May.
Amanhã, os deputados britânicos votarão se o governo de May deve pedir à UE uma extensão no prazo de saída. Se nada mudar, o divórcio entre o Reino Unido e o bloco vai ocorrer no dia 29 de março.
Após o resultado da votação de hoje, May propôs realizar antes de 20 de março uma terceira votação parlamentar sobre o acordo do Brexit que negociou com a União Europeia e que os deputados já rejeitaram duas vezes.
Em uma moção que deverá ser votada pela Câmara dos Comuns na quinta-feira 14, o governo britânico afirma que se o Parlamento não aprovar o acordo quando chegar o dia do divórcio, previsto para 29 de março, pedirá à UE uma prorrogação da data da saída britânica do bloco.
May advertiu que se o Parlamento não aprovar um acordo com Bruxelas, a saída do Reino Unido do bloco pode ser adiada durante um longo período.
“A Câmara tem que entender e aceitar que se não apoia um acordo nos próximos dias, e não quer apoiar um Brexit sem acordo em 29 de março, isto sugere que será necessária uma prorrogação muito mais longa” do que o previsto, disse May aos deputados.
Visivelmente cansada e afônica, May já tinha advertido na véspera que “a longo prazo, poderíamos em última instância acabar transformando um Brexit sem acordo em um êxito, mas haveria uma comoção econômica significativa no curto prazo”.
Pela segunda vez em dois meses, os deputados rejeitaram estrondosamente na terça-feira o acordo que a líder conservadora costurou arduamente com Bruxelas para cumprir o mandato do referendo de 2016, no qual 52% dos britânicos votaram a favor do Brexit.
Até o último minuto, May trabalhou com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sobre o ponto mais conflituoso do texto, a “salvaguarda irlandesa”. Mas as garantias que obteve da UE não bastaram para acalmar os temores de muito deputados britânicos.
Sendo assim, cumprindo uma promessa feita em fevereiro, convocou esta nova votação um dia depois.
(Com AFP)