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Para alguns, Sandy foi oportunidade de ganhar dinheiro

Apesar dos enormes prejuízos à economia, empreendedorismo saiu no lucro

Por Da Redação
1 nov 2012, 12h45

Enquanto a histórica tempestade Sandy atingia a costa leste dos EUA, derrubando a energia elétrica e interrompendo o transporte em Nova York e arredores, o espírito empreendedor americano estava em alta. Produtos que ficaram escassos, como combustível e até mesmo café, passaram a ser bastante disputados. Em alguns casos, a lei da oferta e da procura foi colocada em prática e os preços subiram demais, provocando reclamações.

Giovanni Hernandez, um podador de árvores que trabalha em Millburn, Nova Jersey, disse que a demanda por seus serviços atingiu níveis de ‘loucura’, com centenas de telefonemas de pessoas com árvores danificadas em sua propriedade. “As pessoas querem que a gente apareça de imediato, mas não podemos chegar lá por causa de todos os fios de alta tensão que ainda estão derrubados”, disse Hernandez.

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Sandy deixou milhões de residências, empresas e pontos de comércio sem energia. Para a maioria, isso é sinônimo de prejuízo, já que as consequências da catástrofe estão custando a Nova York até 200 milhões de dólares (cerca de R$ 406,4 milhões) por dia em perda de atividade econômica, segundo a controladoria da cidade. As transações afetadas vão desde a venda de fatias de pizza a fusões corporativas e outros acordos em Wall Street.

Além disso, Sandy pode ter causado prejuízos econômicos totais de 10 bilhões a 20 bilhões de dólares, com 5 bilhões a 10 bilhões em perdas seguradas. Entre 30% e 40% destes montantes se concentram na cidade de Nova York, de acordo com a Eqecat, uma consultoria de risco de catástrofes para as seguradoras.

Oportunidade – No entanto, na quarta-feira, quando a tempestade já estava com seu poder devastador reduzido e as pessoas tentavam voltar a sua rotina, vários proprietários de lojas e vendedores ambulantes tentaram se aproveitar ao máximo de uma rara oportunidade de negócios.

Para alguns, as chances eram naturais e óbvias. Se para os proprietários de casas danificadas Sandy significa prejuízo, para empresas de construção e lojas de materiais o significado pode ser o lucro em um período de poucos negócios, devido à crise econômica.

Combustíveis – A demanda por gasolina e geradores era enorme nesta quarta – e ainda hoje, uma vez que o transporte público não estava funcionando. Para piorar a situação para o consumidor, mais da metade dos postos de combustíveis em Nova York e Nova Jersey foi fechada por causa da queda de energia. Resultado: quem conseguiu oferecer o produto viu filas diante de seu estabelecimento.

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“Todo mundo está procurando gasolina e protegendo a sua quando compra. Nós estávamos na fila para garantir uma quantidade extra de gasolina para manter nosso gerador funcionando. Gasolina e geradores são ouro. Eles estão mais populares do que um iPhone no dia do lançamento”, disse Joe Saluzzi, co-gerente de uma corretora em Nova Jersey.

Os preços pela cidade, porém, subiram. Nos táxis, que puderam funcionar no esquema coletivo, os taxímetros nem sempre eram ligados, permitindo um acordo livre sobre preços. Os estacionamentos na cidade, que têm preços menores no período da madrugada, abandonaram a regra. E um café e um salgado em uma pequena delicatessen poderiam custar bem mais caros do que o preço normal.

Abusos – Em Nova Jersey, cerca de 100 consumidores denunciaram preços abusivos às autoridades locais, segundo a rede NBC. O preço da gasolina subiu entre 20 e 30% em apenas um dia, o que é proibido na cidade, que obedece a uma lei que limita em 10% aumentos de preços durante uma emergência. Violações a essa lei são punidas com multa de 10.000 dólares.

Em Nova York, há relatos de diárias em hotéis em Manhattan que chegaram a subir de 269 para quase 700 dólares. No bairro de Queens, a interrupção do serviço de metrô levou os taxistas a cobrarem 80 dólares a corrida até Manhattan, o dobro da taxa normal. Na cafeteria La Delice Pastry Shop, no leste de Manhattan, o café aumentou de um dólar para três dólares. Na última terça-feira, andar por uma Manhattan às escuras em busca de pilha para lanterna podia levar o consumidor a pagar quinze dólares por um produto que normalmente custa cinco dólares. Em Nova York, a lei sobre o aumento de preço durante emergências é vaga, apenas proíbe vendedores de ‘cobrar preços excessivos sobre mercadorias essenciais durante situações anormais’.

(Com agência Reuters)

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