O Kremlin disse nesta segunda-feira que um relatório sobre novas sanções dos Estados Unidos, a ser divulgado muito em breve, é uma “tentativa de influenciar a eleição presidencial russa de março”, acrescentando prever que a medida não cause impacto na votação.
Os Estados Unidos sinalizaram que talvez emitissem relatórios ainda nesta segunda-feira, detalhando possível ampliação de sanções contra a Rússia, que afetariam uma lista de oligarcas do país, além de casos de restrição à posse de títulos da dívida do governo russo.
Moscou e Washington continuam em atrito devido às alegações americanas de interferência russa na eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016 –algo que a Rússia nega–, bem como, por conta dos conflitos na Ucrânia e na Síria.
Não está claro se os relatórios realmente incluirão uma nova leva de sanções, mas o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres em uma teleconferência que seu país as vê como uma tentativa não amistosa de afetar o resultado do pleito russo.
“De fato achamos que esta é uma tentativa direta e óbvia, calculada para coincidir com as eleições de forma a influenciá-las”, disse Peskov. “Não concordamos com isto, e estamos convencidos de que não haverá influência.”
A Rússia realiza eleições no dia 18 de março — pesquisas de opinião indicam que o atual presidente, Vladimir Putin, vencerá com facilidade.
“A publicação desta lista por si só não significa nada”, afirmou Peskov. “Não é o início de uma nova onda de sanções. Então teremos que analisar o que acontecerá a seguir.”
O Kremlin também afirmou que não considera o líder de oposição, Alexei Navalny, uma ameaça política. Navalny foi impedido de concorrer por conta de uma sentença de prisão emitida contra ele e a qual ele afirma ser ilegal. Navalny têm pedido aos eleitores para boicotarem o pleito, que ele afirma que será fraudado.
Apesar de ser pouco provável que sua campanha tenha qualquer influência sobre o resultado, o boicote atraiu milhares de pessoas em diversos pontos da Rússia neste domingo. O líder de oposição acabou detido por várias horas pela polícia devido às manifestações.
“Putin é um líder absoluto na opinião do público, um líder no Olimpo político, com quem neste momento é improvável que alguém possa competir”, disse Peskov.