O papa Francisco recebeu fiéis pessoalmente nesta quarta-feira, 2, no Vaticano em uma audiência geral pública pela primeira vez desde março, quando o evento semanal foi paralisado em meio à pandemia de Covid-19.
“Depois de todos esses meses, estamos retomando nosso encontro cara a cara e não tela a tela”, disse Francisco na audiência, que serve para o papa destacar temas de importância da Igreja e interagir com fieis.
A última audiência geral aberta ao público ocorreu no início de março, antes da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar os surtos de Covid-19 como uma pandemia. Desde então, o papa vinha transmitindo as suas audiências, que acontecem todas as quartas-feiras, pela internet e a portas fechadas.
“É lindo!”, exaltou Francisco, sorrindo para as 500 pessoas presentes — diferentemente das audiências normais, que envolvem milhares de fiéis e são sediadas na Praça São Pedro, o papa discursou desta vez no menor Pátio São Dâmaso.
Além de um público menor, outras precauções foram tomadas: os fiéis tiveram suas temperaturas medidas antes de entrar e foram obrigados a usar máscaras e a permanecer sentados em cadeiras com pelo menos cerca de meio metro de distância umas das outras.
Os presentes ainda ficaram separados em duas zonas diferentes e não puderam cumprimentar o pontífice.
“A atual epidemia demonstrou a nossa interdependência, estamos todos ligados. Portanto, para sairmos desta crise melhor do que antes, temos que fazê-lo juntos, todos nós, em solidariedade“, ressaltou Francisco.
Em fala aos presentes, o papa também destacou a situação sociopolítica no Líbano. “O Líbano não pode ser abandonado em sua solitude”, disse.
O Pontífice beijou uma bandeira do país entregue a ele pelo padre libanês Georges Breidi e inclinou a cabeça para fazer uma prece silenciosa pelo país, que teve partes da capital devastadas por uma grande explosão no mês passado. Além disso, o país sofre com casos crescentes de Covid-19.
Segundo Francisco, citando um apelo de 1989 do papa João Paulo II, o Líbano representa uma “mensagem de liberdade e um exemplo de pluralismo para o Leste e o Oeste”.
“Pelo bem do país e do mundo, nós não podemos deixar esse legado se perder”, concluiu, convocando uma prece e jejum pelo Líbano para esta sexta-feira, 4.
(Com AFP)