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Papa aprova bênçãos a casais gays: ‘Amor não será sujeito a análise moral’

Padres católicos recebem permissão para abençoar casais do mesmo sexo, ritual que ainda está distante do matrimônio em si

Por Da Redação
Atualizado em 18 dez 2023, 15h54 - Publicado em 18 dez 2023, 11h45

O papa Francisco permitiu formalmente que padres distribuam bênçãos a casais gays. Um documento publicado nesta segunda-feira, 18, descreve a mudança radical na política do Vaticano, insistindo que quem “procura o amor e a misericórdia de Deus” não deve ser sujeito a “uma análise moral exaustiva”.

O documento do escritório de doutrina do Vaticano se baseia em uma carta que Francisco enviou a dois cardeais conservadores, publicada em outubro. Na resposta preliminar, o pontífice sugeriu que tais bênçãos poderiam ser oferecidas em circunstâncias específicas, se não fossem confundidas com o ritual do casamento em si.

O texto divulgado nesta segunda segue a mesma lógica. Além de reafirmar que o casamento é um sacramento vitalício entre um homem e uma mulher, sublinha que bênçãos não devem ser distribuídas durante uma união civil, no cartório, nem mesmo com as roupas e gestos associados ao ritual do matrimônio. No entanto, é assertivo em dizer que nenhum pedidos de bênçãos pode ser negado, e ponto-final.

Análise moral

O documento do Vaticano oferece ainda uma definição extensa do termo “bênção” nas Escrituras, de forma a embasar suas justificativas. O papa defende que as pessoas que buscam um relacionamento transcendente com Deus, tentando atingir seu amor e misericórdia, não devem ser sujeitas a “uma análise moral exaustiva” como precondição para receber o que procuram.

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“Em última análise, a bênção oferece às pessoas um meio de aumentar a sua confiança em Deus”, afirma o documento. “O pedido de bênção, portanto, expressa e alimenta a abertura à transcendência, à misericórdia e à proximidade de Deus em mil circunstâncias concretas da vida, o que não é pouca coisa no mundo em que vivemos.”

Sínodo dos Bispos

Papa Francisco, que assumiu as rédeas do Vaticano em 2013, após a renúncia de Bento XVI, ensaia um sopro de renovação, tocando em assuntos tabu que abrem uma fresta para uma mudança, sobretudo de tom, de modo que a Igreja não se ponha de costas aos incontornáveis ventos da modernidade.

A decisão sobre as bênçãos a casais gays ocorre após o Sínodo dos Bispos, espécie de órgão consultivo do pontífice com o objetivo de traçar os rumos da Igreja, que ocorreu ao longo do mês de outubro. A edição continha alguns ineditismos — a começar pela pauta recheada de tópicos polêmicos, que o próprio papa pôs à mesa. Além das bênçãos, a lista incluía celibato, padres casados e a ascen­são de mulheres na hierarquia eclesiástica.

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