Panamá libera norte-coreanos acusados de contrabando de armas
Três tripulantes ainda terão de responder a acusações no Panamá. Embarcação foi interceptada em julho, quando seguia de Cuba para a Coreia do Norte
O Panamá vai liberar 32 dos 35 tripulantes norte-coreanos detidos há mais de quatro meses sob a acusação de contrabandear armas cubanas pelo canal do Panamá. Os três tripulantes que comandavam a embarcação interceptada ainda responderão a acusações de ameaça à segurança nacional e transporte de armas não declaradas.
No dia 15 de julho, as autoridades panamenhas apreenderam um navio de bandeira norte-coreana que carregava armamentos escondidos debaixo de uma carga de açúcar mascavo. A embarcação vinha de Cuba com destino à Coreia do Norte e foi retida no porto de Manzanillo, localizado no lado do Atlântico do canal do Panamá.
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“Os tripulantes efetivamente já estão liberados. A ordem de liberação já está sendo feita e todos vão para Havana. Entendo que entre hoje e amanhã eles devem partir”, disse o responsável pela área de combate ao terrorismo do Ministério das Relações Exteriores, Tomas Cabal.
Além das armas, foram encontrados na embarcação dois aviões de combate MiG-21 e um sistema de radar de mísseis, também escondidos entre dezenas de milhares de sacos de açúcar. As autoridades panamenhas disseram que os 32 tripulantes que serão liberados pareciam não ter conhecimento sobre a carga que ajudavam a transportar.
O Conselho de Segurança da ONU ainda precisa se posicionar sobre possíveis punições contra Cuba por violar a proibição de transferir armas para a Coreia do Norte, sanção imposta há sete anos em reação ao programa nuclear de Pyongyang.
O regime cubano afirmou que o navio levava 240 toneladas de material de defesa “obsoleto”, em sua maioria de origem soviética, que passaria por uma manutenção na Coreia do Norte e seria devolvido à ilha. Disse ainda que o açúcar era uma doação à população norte-coreana.
Ainda não se sabe o que será feito do navio, já que a multa de 1 milhão de dólares imposta pela autoridade do canal do Panamá não foi paga. As armas devem ser vendidas ou distribuídas, segundo o Ministério de Relações Exteriores do Panamá.
(Com agência Reuters)