Palestinos dizem que discurso do premiê israelense é obstáculo para paz
'O que veio da fala de Netanyahu não vai conduzir à paz', disse porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas
O discurso do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, realizado nesta terça-feira nos Estados Unidos, colocou “mais obstáculos” para que se alcance a paz entre israelenses e palestinos, diz Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas. “Não há nada de novo no discurso de Netanyahu, a não ser que acrescenta obstáculos no caminho de uma paz verdadeira, séria, duradoura e global”, disse Rudeina. O porta-voz reafirmou que a paz exige referências internacionais como as fronteiras de 1967 como base das negociações. “Os palestinos não aceitam nenhuma presença israelense no Jordão”, afirmou.
Em seu pronunciamento ao Congresso americano, na manhã desta terça-feira, Netanyahu disse que, apesar de estar disposto a sacrifícios pela paz, não cederá a um acordo que siga as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967. Essas fronteiras incluíam, como parte do estado palestino, os territórios ocupados de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental. “Israel será generoso quanto ao tamanho do estado palestino, mas somos firmes quanto ao posicionamento da fronteira”, enfatizou o primeiro-ministro.
Já o negociador palestino Mohammed Shtayeh disse que os palestinos não têm escolha a não ser levar seu caso à Organização das Nações Unidas (ONU) após o discurso do primeiro-ministro de Israel. “Isso é o que poderemos fazer na Assembleia Geral da ONU, em setembro”, afirmou à agência de notícias France Presse, referindo-se aos planos de buscar o reconhecimento da ONU para o Estado palestino em setembro.
O antigo tema dos estados israelense e palestino voltou recentemente à tona, impulsionado pela visita de Netanyahu aos EUA e pelo acordo de paz entre as facções palestinas Fatah e Hamas. Em quatro meses, os palestinos devem pedir à Organização das Nações Unidas (ONU) que aceite um estado palestino nas fronteiras anteriores à guerra de 1967.
(Com agências Reuters e France-Presse)