Palestinos aceitam convite dos EUA para negociar com Israel
Acordo abre caminho para as primeiras negociações diretas em 20 meses
A Organização de Liberação da Palestina (OLP) anunciou nesta sexta-feira que aceita um convite dos EUA para negociações diretas com Israel, o que não ocorre desde o final de 2008. Mais cedo, Israel já havia aceitado a proposta de Washington. O acordo entre o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, deverá ter início a partir de 2 de setembro.
Yasser Abed Rabbo, dirigente da Organização para a Libertação da Palestina, fez o anúncio após uma reunião de emergência do comitê executivo da entidade, em Ramallah. Porém, ele alertou que Israel poderá colocar em risco as negociações se não parar completamente a ampliação de assentamentos judaicos em territórios reivindicados pelos palestinos.
Netanyahu vem há tempos buscando a retomada das conversações, que foram paralisadas antes da guerra em Gaza, no fim de 2008. Ele disse estar pronto a se reunir a qualquer hora com Abbas. Finalmente, o chefe dos negociadores palestinos, Saeb Erekat, disse à agência de notícias Reuters que o comunicado “contém os elementos necessários para sustentar um acordo de paz”.
O grupo radical palestino Hamas, no entanto, disse que rejeita a proposta americana. “O povo palestino não se sentirá comprometido com os resultados deste convite enganoso”, disse à agência AFP Sami Abú Zuhri, porta-voz do movimento, que controla a Faixa de Gaza desde junho de 2007.
Convite – Na manhã desta sexta-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, fez um convite a israelenses e palestinos para que retomem as negociações diretas de paz. O encontro – que tem como meta chegar a um acordo dentro de um ano – deve ser nos Estados Unidos, no próximo mês.
Em um comunicado emitido simultaneamente nas Nações Unidas, em Nova York, o Quarteto para o Oriente Médio – União Europeia, Nações Unidas, Estados Unidos e Rússia – reafirmou seu firme apoio ao diálogo direto entre as duas partes. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também pediu que “israelenses e palestinos trabalhem rápido” pelo acordo.
(Com agência Reuters)