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Ossos encontrados no Vaticano não são de menina desaparecida em 1983

O caso de Emanuela Orlandi é cercado de mistério e diferentes teorias sobre culpados; sua família continua a insistir nas investigações

Por Da Redação
Atualizado em 29 jul 2019, 17h23 - Publicado em 29 jul 2019, 17h20

Os restos mortais encontrados em dois ossuários do Vaticano não são de Emanuela Orlandi, adolescente desaparecida há 36 anos em Roma, anunciou nesta segunda-feira, 29, a Santa Sé.

As ossadas e fragmentos de ossos foram analisados por médicos legistas. Segundo um comunicado do Vaticano, o chefe da equipe, Giovanni Arcudi, descobriu que todas as estruturas ósseas datam de antes do final do século XIX, por isso não poderiam ser de Emanuela.

Os restos mortais foram encontrados no início de junho, em um pavimento do Pontifício Colégio Teutônico, vizinho ao cemitério teutônico do Vaticano. Logo após sua descoberta, foram levantadas hipóteses de que poderiam se tratar dos restos mortais de Emanuela.

A jovem é filha de um funcionário do Vaticano, de 15 anos, e desapareceu em 22 de junho de 1983, quando se dirigia à escola de música de Santo Apolinário, no centro de Roma. Seu paradeiro é desconhecido desde então.

O caso de Emanuela tem muitos componentes de mistério, já que em torno de sua morte foram especuladas diferentes teorias. Chegou-se a afirmar que o assassinato seria obra de mafiosos, da própria Igreja e inclusive do turco Ali Agca que, em 1981, tentou assassinar o papa João Paulo II.

Em 2008, surgiram suspeitas de que a jovem teria sido sequestrada, assassinada e enterrada sob ordens do arcebispo Paul Marcinkus, o antigo presidente do banco do Vaticano. Embora o tenha defendido, a Santa Sé o enviou para uma paróquia no Arizona, Estados Unidos, onde ficou até morrer em 2006.

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Quando as ossadas foram encontradas, a família de Emanuela indicou um especialista de sua confiança para acompanhar a análise dos legistas. Após a divulgação dos resultados dos exames, o consultor contratado exigiu uma análise mais abrangente de cerca de 70 ossos, mas Arcudi negou a solicitação em razão da idade do material.

Desde o desaparecimento, a família, e sobretudo o irmão de Emanuela, nunca deixaram o caso cair no esquecimento. Agora continuam a exigir o acesso aos documentos secretos do Vaticano sobre o desaparecimento.

“Queremos saber a verdade, mesmo que seja como jogar sal em uma ferida aberta, não vamos desistir”, disse Pietro Orlandi, irmão da jovem, segundo a agência AFP.

No comunicado divulgado, o Vaticano afirmou ainda que sua postura de “plena colaboração” no caso do desaparecimento de Emanuela Orlandi não significa “uma admissão implícita de responsabilidade”, conforme já foi dito em algumas ocasiões.

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Busca por indícios

De acordo com a Santa Sé, os restos mortais estão sob posse da Guarda do Vaticano, à espera de uma decisão da Justiça, desde que foram desenterrados em 11 de junho.

Os ossos foram encontrados após a família de Emanuela receber um bilhete que dizia que indícios sobre seu desaparecimento poderiam ser encontrados em uma tumba decorada com a estátua de um anjo.

A pedido dos familiares da menina, os túmulos das princesas alemãs Sophie von Hohenlohe, que morreu em 1836, e Carlota Federica de Mecklenburg, que morreu em 1840, foram abertos. No entanto, as criptas estavam vazias.

Posteriormente, foram encontrados restos mortais debaixo dos túmulos, em uma área dentro do Pontifício Colégio Teutônico. Após a conclusão da análise forense nesta segunda, a hipótese mais provável é de que os ossos sejam, de fato, das princesas alemães.

A possibilidade levantada pelo Vaticano é de que os restos mortais tenham sido deslocados uma grande renovação no colégio das décadas de 60 e 70.

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