Oposição venezuelana convoca marcha em defesa de referendo contra Maduro
A coligação opositora MUD exige que o Conselho Nacional Eleitoral dê próximo passo na contagem das 1,85 milhão de assinaturas a favor do referendo entregues ao organismo
A oposição venezuelana convocou uma marcha nesta quarta-feira para exigir que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) acelere o processo de convocação do referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro. A coligação opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) orientou seus seguidores a se dirigirem até as sedes regionais do CNE, acusado pela oposição de servir ao governo e de usar táticas para protelar o processo de convocação do referendo.
“Marcharemos de forma cívica e pacífica para as sedes do CNE, a fim de exigir que cumpram com o prazo do referendo revogatório”, publicou o secretário executivo da MUD, Jesús Torrealba, em sua página no Twitter.
No último 3 de maio, a MUD entregou 1,85 milhão de assinaturas ao organismo eleitoral para pedir a convocação do referendo, ainda que a lei exigisse apenas 200.000, o correspondente a 1% do colégio eleitoral. Na segunda-feira, expirou o prazo legal para a contagem das assinaturas, mas o CNE ainda não convocou os signatários a validar suas rubricas com as digitais, processo para o qual se estabelece outro prazo de cinco dias. Apenas depois da validação, o Conselho autoriza a coleta de 4 milhões de assinaturas (20% do colégio) para convocar o referendo.
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“Nós, venezuelanos, estamos esperando que nos digam onde teremos que ir para validar nossa assinatura (…) A mobilização é para exigir respeito à Constituição e às normas, para que deem uma resposta sobre o processo do revogatório” afirmou o ex-candidato à presidência e opositor Henrique Capriles nessa terça-feira.
Acusação – Também nessa terça-feira, o vice do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e titular de uma comissão designada por Maduro para monitorar o processo de contagem das assinaturas, Jorge Rodríguez, denunciou uma ‘fraude’ nas assinaturas entregues pela oposição para agilizar o referendo.
Segundo Rodríguez, ao menos 11% das tabelas com assinaturas estavam incompletas, com informações ausentes em nomes, impressões digitais e números da carteira de identidade. O titular da comissão afirmou ainda que foram localizadas duas assinaturas de pessoas que estão mortas. “Tudo isso é uma operação política. Não haverá referendo porque não há tempo e não há assinaturas. Estão apenas procurando uma desculpa para agitar as ruas e trazer violência”, disse.
(Da redação com AFP)