Oposição tenta tirar Maduro do poder, mas esbarra em comissão eleitoral
Três grupos da oposição pedem referendo popular para votar a retirada do presidente da Venezuela do poder
Opositores do presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciaram neste sábado, 22, que vão pedir à corte suprema do país uma revisão das regras na coleta de assinaturas de um referendo, que pode votar a retirada do chavista da presidência. Três grupos da oposição pediram a votação de um “recall” contra Maduro, segundo a comissão eleitoral nacional da Venezuela, mas para viabilizar a consulta seria necessário o apoio de 4,2 milhões de pessoas.
A constituição da Venezuela permite que chefes do Executivo sejam retirados do cargo por voto popular, desde que tenham completado metade de mandato. Maduro completou os primeiros três anos de seu segundo governo em janeiro.
A comissão eleitoral — que tem três de seus cinco membros ligados ao partido governista — disse na sexta-feira, 21, que as assinaturas de apoio ao referendo teriam de ser coletadas em apenas 12 horas, em apenas 1.200 locais. Dois membros da oposição enviaram ao Supremo Tribunal venezuelano um pedido para que as regras sejam revistas. Eles disseram, em uma coletiva de imprensa, que pretendem usar meios legais para realizar o referendo para decidir a saída de Maduro.
“Você teria de processar cinco votos por minuto durante doze horas” para alcançar a exigência, escreveu Roberto Picon, membro da comissão eleitoral que é próximo da oposição, em sua conta no Twitter. “Não é viável.”
Com Reuters