Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Leia mais no Tema ‘Guerra Civil na Síria’
Grupos de oposição da Síria firmaram neste domingo, em Doha, um acordo para a formação de uma coalizão nacional contra o regime do ditador Bashar Assad. “Este acordo é fruto de um compromisso gerado após intensas negociações entre os partidos da oposição, entre eles o Conselho Nacional Sírio (CNS)”, afirmou Sadredin Bayanuni, ex-chefe da Irmandade Muçulmana da Síria.
Leita também:
Explosões matam dezenas na Síria
Conflito na Síria deixa 11.000 refugiados
Representantes de diferentes grupos estavam reunidos em um hotel da capital do Catar. Os debates tiveram início no sábado e se prolongaram pela madrugada de domingo.
“O mais importante é que o acordo enfatize a necessidade de trabalhar em conjunto após a queda do regime e que especifique claramente que não haverá nenhum tipo de diálogo com Assad”, disse Ahmad Ramadan, dirigente do CNS. A coalizão, segundo ele, terá que “trabalhar para unificar os conselhos militares” que combatem no terreno as tropas do regime.
No sábado, o Catar, apoiada pelos Estados Unidos e pelos Emirados Árabes Unidos, pressionou a oposição síria para que formasse uma liderança, mas os delegados disseram que precisavam de mais um dia para chegar a um acordo.
O CNS era considerado um “interlocutor legítimo” pela comunidade internacional. Contudo, recentemente, vem sendo acusado de ser ineficaz, desunido e fora de sintonia com os insurgentes e ativistas dentro da Síria. Membros do CNS, por sua vez, alegam que seus partidários estrangeiros deveriam se esforçar mais para armar os rebeldes e proteger os civis, em vez de concentrar a atenção na criação de um novo grupo de oposição.
Os protestos anti-Assad começaram em março de 2011 e têm sido violentamente reprimidos pelas forças de segurança. Segundo fontes sírias, o conflito no país já deixou mais de 38.000 mortos.
(Com Agências AFP e Reuters)