Os adversários do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, vão realizar uma greve nacional de dois dias a partir desta quarta-feira, 26, em um último esforço para pressioná-lo a abandonar a eleição no domingo para formar uma Assembleia Constituinte.
Milhões de pessoas participaram de uma greve de 24 horas na semana passada, em que empresas fecharam as portas, famílias permaneceram dentro de casa e ruas ficaram vazias em várias partes da Venezuela.
“A partir de 6h amanhã (no horário local), nós vamos paralisar esse país”, disse o parlamentar de oposição e ativista Juan Requesens. “Nós mostraremos a Nicolás Maduro e a seu grupo que não há amor para eles em nenhum lugar na Venezuela ou no mundo”.
Maduro fez um chamado ao “poder constituinte originário” para que “a classe operária” convoque a Constituinte, dizendo que que não há outra alternativa e que desta forma se atingirá a paz e será vencido “o golpe de Estado”. O objetivo do presidente é recriar o Estado, criar um novo ordenamento jurídico e redigir uma nova Constituição.
A oposição, que após 16 anos como minoria hoje domina o Legislativo, afirma que a Assembleia Constituinte planejada pelo chavista é uma farsa elaborada somente para mantê-lo no poder.
O presidente insiste que a votação de domingo acontecerá, apesar de intensa pressão no país e no exterior, incluindo uma ameaça de sanções econômicas pelos Estados Unidos.
(Com Reuters)