Uma assessora da Casa Branca afirmou que a oposição do senador John McCain à nomeação da nova diretora da CIA não importa “porque ele está morrendo”, informou a imprensa americana. Um dos mais prestigiados políticos do Partido Republicano, o senador é veterano da Guerra do Vietnã e foi candidato à Presidência dos Estados Unidos em 2008.
“Não importa, ele está morrendo de qualquer maneira”, afirmou a assessora de comunicação Kelly Sadler em uma reunião a portas fechadas na quinta-feira. Um dos participantes do encontro contou o episódio ao jornal The Hill sob condição de anonimato. Sadler não respondeu aos pedidos de confirmação feitos pela imprensa.
O senador pedira na quarta-feira a seus colegas congressistas que rejeitassem a nomeação de Gina Haspel, indicada pelo presidente Donald Trump para a direção da CIA, devido ao papel que ela desempenhou no passado em interrogatórios com tortura de prisioneiros no exterior. Durante sua audiência no Senado, na quinta-feira, Haspel se negou a considerar a tortura uma prática moralmente condenável.
McCain, presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, foi torturado quando era prisioneiro no Vietnã do Norte durante a guerra. O senador sofre de um câncer no cérebro e dificilmente poderá votar sobre a indicação de Haspel. Muito respeitado entre os políticos americanos, suas opiniões têm um peso significativo.
Desde de que recebeu o diagnóstico de câncer, em 2017, ele tem feito tratamento médico no Arizona. Mas já se encontra em estágio terminal.
A Casa Branca não negou as palavras de Kelly Sadler, mas afirmou em comunicado: “Nós respeitamos o serviço do senador McCain a nossa nação, e ele e sua família estão em nossas orações neste momento difícil”. Fontes informaram à rede americana CNN que a assessora telefonou para a filha do senador, Meghan McCain, para pedir desculpas pelo comentário, mas não se sabe qual foi sua resposta.
A esposa de McCain, Cindy, respondeu em um tuíte direcionado a Sadler: “Permita-me lembrá-la que meu marido tem uma família, sete filhos e cinco netos”.
Em entrevista ao programa New Day, da CNN, o senador republicano Ben Cardin, de Maryland, pediu para que o presidente Donald Trump repudie o comentário de Sadler. “O presidente deveria dizer que isso é inaceitável. Mas nós não ouvimos uma palavra do presidente”, afirmou.
(Com AFP e EFE)