O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, considerou nesta sexta-feira que o Nobel da Paz outorgado ao Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia representa um reconhecimento para todos aqueles que iluminaram a Primavera Árabe no país norte-africano. “Saudação ao povo da Tunísia; este reconhecimento pertence a todos aqueles que deram vida à Primavera Árabe e que estão se esforçando para salvaguardar os sacrifícios de tantos”, disse Ban em comunicado. O chefe da ONU felicitou essas organizações e afirmou que, acima de tudo, o prêmio destaca que o caminho rumo à democracia requer um “processo inclusivo”. “A Primavera Árabe começou com grandes esperanças que em breve foram substituídas por graves dúvidas. A Tunísia conseguiu evitar a decepção e as esperanças frustradas que apareceram tragicamente em outros lugares”, assinalou o secretário-geral.
Anteriormente, a ONU tinha felicitado o Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia e destacado a importância de que “a sociedade civil” ajude nos processos de paz no mundo. “Felicito o Quarteto do fundo do meu coração. Precisamos que a sociedade civil nos ajude a avançar nos processos de paz”, disse em entrevista coletiva Ahmad Fazwi, porta-voz da ONU em Genebra.
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O Comitê do Nobel da Noruega justificou o prêmio pela “decisiva contribuição à construção de uma democracia plural”. “Isto é um exemplo brilhante. A Tunísia é um dos países árabes que o fez melhor desde a chamada Primavera Árabe nessa parte do mundo. Por isso que parabéns também para os tunisianos e para o governo da Tunísia”, acrescentou Fazwi.
União Europeia – A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que a Tunísia é o exemplo a ser seguido para resolver a crise na região. “O Prêmio Nobel da Paz foi para o Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia. Um modelo para resolver a crise na região: união nacional e democracia”, assinalou a alta representante da União Europeia em mensagem no Twitter.
O Quarteto foi formado no verão de 2013, quando o processo de democratização de Tunísia estava em perigo após vários assassinatos políticos e revoltas sociais, com a participação da União Geral Tunisiana do Trabalho; a Confederação Tunisiana da Indústria, Comércio e Artesanato; a Liga Tunisiana dos Direitos Humanos; e a Ordem dos Advogados da Tunísia Estas organizações, segundo o Comitê Nobel, propiciaram um processo político, pacífico e alternativo quando a Tunísia, após a denominada Primavera Árabe de 2011, se aproximava novamente do abismo de uma guerra civil.
(Da redação)