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ONU: há crimes contra a humanidade no massacre de Hula

Militantes dizem que 12 pessoas foram executadas no país nesta sexta-feira

Por Da Redação
1 jun 2012, 07h49

A ONU denunciou nesta sexta-feira que há indícios de crimes contra a humanidade no massacre cometido há uma semana na cidade síria de Hula, onde morreram 108 civis. Segundo as Nações Unidas, há sérias suspeitas de que famílias inteiras foram executadas de maneira sumária, incluindo mulheres e crianças.

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Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.

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Um discurso da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, lido pela porta-voz Marcia Kran, abriu a sessão especial do Conselho de Direitos Humanos convocada para tratar de maneira específica do massacre e iniciar uma investigação sobre o ocorrido em Hula. No discurso, Pillay disse que ‘há informações sugerindo que as Shabiha (grupos paramilitares pró-governo) entraram nos povoados e que poderiam ser responsáveis por dúzias de assassinatos’.

“Esses atos podem representar crimes contra a humanidade e outros crimes internacionais, e podem ser indicativos de um padrão de ataques generalizados e sistemáticos contra povoações civis perpetrados com impunidade”, disse. Diante da quarta sessão especial do Conselho sobre a Síria, a representante da ONU reiterou sua chamada ao regime do ditador sírio, Bashar Assad, para que ‘assuma sua responsabilidade de proteger a população civil’.

“Os outros estados têm a responsabilidade de fazer tudo o que possam para prevenir e perseguir os que cometem crimes internacionais. Mais uma vez, peço ao Conselho de Segurança considerar a possibilidade de referir o caso da Síria ao Tribunal Penal Internacional (TPI)”, afirmou. Segundo a comissária, pouco após uma manifestação no dia 25 de maio em Hula, o Exército sírio suscitou um ataque com armamento pesado, que se prolongou por quase 14 horas.

Investigação – Navi Pillay informou que a missão diplomática da Síria em Genebra lhe enviou uma carta cinco dias depois, na qual atribuía os assassinatos de Hula a ‘grupos terroristas armados’. “O governo da Síria declarou que seus militares atuaram apenas em defesa própria e que tentaram proteger os civis, e disse que três membros das forças armadas foram assassinados e 16 soldados ficaram feridos nos combates em Hula”, afirmou. Damasco comunicou também ao Alto Comissariado de Direitos Humanos a criação de um comitê interministerial para investigar o incidente.

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Nesse sentido, ela lamentou que o regime sírio ignore os pedidos do Conselho de Direitos Humanos para que permita a entrada no país da comissão que investiga as violações dos direitos fundamentais cometidas desde o início do conflito em março de 2011 e exigiu do governo que facilite o trabalho da missão da ONU. Para Navi, se a comunidade internacional não apoiar o plano do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, a situação na Síria vai virar um ‘conflito total’, colocando em perigo o futuro do país e de toda a região.

Execuções – Também nesta sexta-feira, as forças militares sírias executaram 12 civis que voltavam para casa depois de trabalhar em uma fábrica de Qusair (centro), informaram militantes da oposição. “Os trabalhadores se encontravam em um ônibus que precisou parar em um posto de controle nos arredores de Qusair”, disse Salim Kabani, do Comitê de Coordenação Local, que organiza os protestos. “Eles foram executados de maneira sumária. As forças do regime amarraram suas mãos atrás das costas e atiraram neles”, completou.

As execuções sumárias se tornaram frequentes na cidade de Qusair, bastião da rebelião, segundo Kabani. “O posto de controle onde os trabalhadores morreram é perigoso, e ali as pessoas são torturadas com frequência”, disse. Várias regiões da cidade de Qusair, perto de Homs, são alvos de incessantes bombardeios das forças do regime, segundo Kabani, que informou sobre muitos feridos.

(Com agências EFE e France-Presse)

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