ONU: Forças sírias e rebeldes cometeram crimes de guerra
Em relatório, comissão ponderou que os abusos de grupos armados contra o regime não tiveram a mesma gravidade daqueles cometidos por Bashar Assad
As forças governamentais sírias e suas milícias cometeram crimes de guerra e contra a humanidade, segundo um novo relatório da comissão de investigação da ONU, divulgado nesta quarta-feira. O documento também acusa a oposição armada de cometer crimes de guerra, mas em menor escala.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
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No relatório de 102 páginas, lançado em Genebra, uma comissão das Nações Unidas acusa as forças governamentais e as milícias ligadas ao regime de “crimes contra a humanidade, como assassinatos e torturas, crimes de guerra e violações flagrantes dos direitos humanos e leis humanitárias”.
A comissão independente de investigação, que recebeu seu mandato do Conselho de Direitos Humanos da ONU, denunciou assassinatos ilegais, ataques indiscriminados contra a população civil e atos de violência sexual. “Essas violações foram cometidas como parte da política do estado, o que implica o envolvimento no mais alto nível das forças armadas e de segurança e do governo”, acrescenta.
De acordo com o informe, os grupos armados antigovernamentais também cometeram crimes de guerra, incluindo assassinatos extrajudiciais e torturas, mas essas violações e abusos não tiveram a mesma gravidade, frequência e escala do que os cometidos pelas forças governamentais e pelas milícias. Em setembro, o Conselho de Direitos Humanos da ONU examinará o texto.
(Com agência France-Presse)