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ONU constata uso de armas químicas na Síria

Relatório de comissão independente da ONU, presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, aponta evidências de que esse tipo de armamento foi utilizado em pelo menos quatro ocasiões. Os autores não foram identificados

Por Da Redação
4 jun 2013, 07h54
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  • A comissão independente instaurada pela ONU para investigar o conflito na Síria constatou o uso de armas químicas no país e, embora não tenha confirmado quem as teria utilizado, duvida que grupos da oposição possam ter esse tipo de armamento. “Existem fundamentos razoáveis para crer que agentes químicos foram usados como armas”, assinalou o último relatório da comissão, publicado nesta terça-feira. O documento ressalta que “os agentes precisos, os sistemas de distribuição e os autores não puderam ser identificados”.

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    O relatório, que inclui o período de 15 de janeiro a 15 de maio, deixa claro que, apesar das alegações do uso de armas químicas por parte dos dois lados do conflito, a maioria delas acusando as forças governamentais, “é possível que grupos armados antigovernamentais possam ter acesso e estejam usando armas químicas”.

    “No entanto, não há evidência contundente de que esses grupos possuam esse tipo de armas ou os imprescindíveis sistemas de distribuição”, diz o texto, que ressalta que “não há evidências concretas” de que os grupos rebeldes disponham delas e que as tenham utilizado.

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    Os investigadores citam quatro episódios nos quais teriam sido usados agentes químicos: em 19 de março, em Khan al-Assal, nas imediações de Aleppo; no mesmo dia em Uteibah, perto de Damasco; em 13 de abril, no bairro de Sheikh Maqsud, em Aleppo; e em 29 de abril, na cidade de Saraqeb.

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    Os membros da comissão – presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro e também composta pela americana Karen Koning Abuzayd, a suíça Carla del Ponte e o tailandês Vitit Muntarbhorn – consideram que, conforme a exacerbação do conflito, a possibilidade do uso de armas químicas é maior. Neste aspecto, os analistas assinalam que o “perigo” do uso de armas químicas não está somente ligado ao governo, mas também a outros grupos afins.

    Para identificar qual o tipo específico de arma usada, o relatório indica que é preciso analisar as amostras removidas diretamente das vítimas ou dos locais do ataque.

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    A comissão faz um chamado ao governo de Bashar Assad para que permita a entrada do painel de analistas designado pela ONU para investigar o uso de armas químicas. Para os quatro enviados, o uso de agentes químicos mostra que o conflito “tem alcançado novos níveis de brutalidade”. Pela primeira vez, o grupo constatou não apenas o uso desse tipo de armamento, mas observou que várias cidades estão sitiadas, com milhares de cidadãos sendo forçados a se deslocar.

    “As forças governamentais e as milícias filiadas sitiaram sistematicamente cidades em todo o país, apanhando civis em suas casas ao controlar a distribuição de comida, água, remédios e eletricidade”, informa o relatório.

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    Crimes contra a humanidade – A comissão reitera que os dois lados do conflito cometeram crimes de guerra e crimes contra a humanidade por não evitarem que os civis fossem vítimas de deliberados ataques e por terem cometido assassinatos, estupros e torturas, entre outras atrocidades.

    No entanto, os analistas deixam claro que “os estupros e abusos cometidos pelos grupos armados não-governamentais não alcançam a intensidade dos cometidos pelo governo e por suas milícias”.

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    A comissão concluiu “que a crescente disponibilidade de armas tem um custo humano” e lembrou que “as transferências de armas intensificam o risco do país, o que se traduz em mais civis mortos e feridos”.

    Atualmente, um terço da população síria, cerca de 6,8 milhões de pessoas, necessita de ajuda para sobreviver, sendo que 1,6 milhão de pessoas residem como refugiados nas nações vizinhas e 4,2 milhões sobrevivem como deslocados internos no interior do país.

    Segundo a apuração da ONU, em 26 meses, o conflito sírio causou a morte de mais de 80 mil pessoas.

    (Com agências EFE e AFP)

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