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ONU acusa Israel de ‘violação grave’ de acordo com Síria nas Colinas de Golã

Alerta ocorre após imagens de satélite revelarem a escavação de um corredor pelas forças israelenses nos arredores da cidade síria Jubata Al Khashab

Por Da Redação Atualizado em 13 nov 2024, 15h50 - Publicado em 13 nov 2024, 15h36
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  • A Força das Nações Unidas de Observação da Separação (UNDOF) acusou Israel de “violações graves” de um acordo de desmilitarização com a Síria nesta terça-feira, 12. O texto, assinado há 50 anos, prevê a desocupação de zonas de proteção das Colinas de Golã. Fundada em 1974, mesmo ano do tratado, a missão da ONU tem como objetivo manter a paz entre ambos os países.

    “Violações do Acordo de Desligamento de 1974 ocorreram onde obras de engenharia invadiram a AoS (área de separação)”, disse a UNDOF, que mantém o cessar-fogo entre Israel e a Síria há meio século, em um comunicado na terça-feira.

    O alerta da UNDOF ocorre após imagens de satélite do Planet Labs e da Agência Espacial Europeia revelarem atividades de escavação das Forças de Defesa de Israel (FDI) nos arredores de Jubata Al Khashab, no sul da Síria. A movimentação está em curso desde julho deste ano. Os registros mostram que uma grande passagem, de 12 metros de largura, foi criada no local. No momento, ela tem oito quilômetros de comprimento.

    Acredita-se que Israel tenha planos de ampliar ainda mais o corredor, já que veículos foram vistos trabalhando na região em 5 de novembro. Segundo a UNDOF, as “extensas atividades de engenharia” têm sido conduzidas por “escavadeiras e outros equipamentos, com proteção de veículos blindados e soldados”, e estão concentradas na Linha Alfa, que separa a Síria e as Colinas de Golã.

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    Além disso, a Força da ONU acusou as tropas israelenses de deslocarem seus principais tanques de batalha para o local, numa violação do acordo de 1974, e disse que entrou em contato “repetidamente” com as FDI para “protestar contra o trabalho de construção”. As autoridades sírias, segundo a UNDOF, também denunciaram o caso. A situação tem “potencial de aumentar as tensões na área”, alertou o comunicado.

    Israel, por sua vez, alegou que a construção está “sendo realizada com propósitos defensivos para evitar travessias não autorizadas e violações por civis”. Em julho, as FDI atacaram infraestruturas militares na região e responsabilizou o exército da Síria por todas as atividades que ocorrem dentro de seu território. “Não permitiremos nenhuma tentativa de violar a soberania israelense”, reiteraram as forças de Tel Aviv.

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    Controle das Colinas de Golã

    Embora ainda estejam em guerra oficialmente, Israel e Síria pausaram as hostilidades nas Colinas de Golã após o tratado de 1974. Antes pertencente ao mapa sírio, a região foi tomada pelo governo israelense na Guerra dos Seis Dias, em 1967, junto com Jerusalém Oriental, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, todos considerados territórios palestinos. Em 1973, na guerra do Yom Kippur, a Síria tentou retomar o território, mas teve seus planos frustrados.

    O acordo de 1974 criou, então, uma zona tampão e duas áreas de forças militares, que foram limitadas de ambos os lados. Israel considera as Colinas de Golã, que também fazem fronteira com a Jordânia e o Líbano, como um ponto estratégico para a manutenção da segurança nacional, por também supostamente permitirem o controle de ameaças de grupos apoiados pelo Irã que marcam presença na Síria, como a milícia libanesa Hezbollah.

    Com até 2.800 metros de altura, o planalto proporciona uma visão privilegiada da capital síria, Damasco, e funciona como uma barreira para quaisquer ataques vindos do vizinho. A tensão entre os países cresce dia após dia, reflexo da guerra entre Israel e o grupo terrorista palestino Hamas, apoiado por grupos ligados ao regime iraniano na Síria. Ainda em março deste ano, um ataque israelense matou 42 pessoas na cidade síria de Aleppo.

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