Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

ONG denuncia abusos sexuais generalizados sofridos por norte-coreanas

Assédios e violência sexual são parte da vida diária das cidadãs da Coreia do Norte

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h04 - Publicado em 1 nov 2018, 10h27
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Um relatório elaborado pela organização Human Rights Watch (HRW) e apresentado nesta quinta-feira na Coreia do Sul documenta pela primeira vez em detalhes os abusos e a violência sexual que sofrem diariamente as mulheres na Coreia do Norte.

    Publicidade

    “A violência sexual na Coreia do Norte é um segredo generalizado, mas abertamente tolerado e que não é abordado”, afirmou o diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth, durante a apresentação do relatório na capital sul-coreana.

    Publicidade

    Segundo a HRW, as mulheres são vítimas de abusos de funcionários do governo, guardas prisionais, interrogadores, policiais, promotores e soldados. Os assédios e comportamentos indesejados dos homens são parte da vida diária das cidadãs do país.

    Desde 2015, a organização entrevistou 54 norte-coreanos que deixaram o país depois de 2011, ano em que Kim Jong-un chegou ao poder, e oito ex-funcionários do país que fizeram o mesmo, para elaborar um relatório que detalha o nível de abusos, violações e maus-tratos físico que as norte-coreanas passam diariamente.

    Publicidade

    Além da normalização absoluta deste cenário, o documento destaca a total falta de recursos dispostos pelo regime norte-coreano para resolver a situação ou para que as vítimas possam denunciar e receber atenção médica e psicológica.

    Continua após a publicidade

    Mercados negros

    Após a crise de fome e falta de recursos que atingiu o país na década de 1990, os mercados negros de alimentos e outros produtos básicos se tornaram uma fonte vital de renda para muitas famílias. Nesses ambientes, contudo, autoridades se aproveitam abertamente de seu poder para abusar repetidamente e de maneira impune das mulheres que negociam neles.

    Publicidade

    Os homens no poder vivem e agem com total impunidade e “quando um guarda ou policial escolhe uma mulher, ela não tem escolha a não ser cumprir qualquer exigência que ele faça, seja por sexo, dinheiro ou outros favores”, segundo o estudo.

    No relatório, 21 das comerciantes entrevistadas afirmaram ter sofrido violência sexual ou abuso pela polícia e outros funcionários. Muitas mulheres relataram também que os abusos sofridos se tornaram tão cotidianos que muitas nem consideram denunciá-los às autoridades.

    Publicidade

    Oh Jung-hee, uma das comerciantes consultadas pela Human Rights Watch, afirmou que os guardas que trabalham nos mercados e a polícia “nos consideravam brinquedos [sexuais]”.

    “Acontece com tanta frequência que ninguém vê como um grande problema”, disse ela. “Nós nem percebemos quando estamos chateadas. Mas somos humanas e sentimos isso. Então, às vezes, do nada, você chora à noite e não sabe por quê”, afirmou.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Muitas mulheres também são abusadas sexualmente depois de serem pegas tentando fugir da Coreia do Norte para a China.

    Park Young-hee, uma agricultura, foi pega pela polícia chinesa tentando cruzar a fronteira e durante o interrogatório disse que o policial a tocou sem seu consentimento. “Ele me tocou entre as pernas e colocou os dedos dentro de mim várias vezes durante dias diferentes”, contou à HRW.

    Um relatório publicado em 2014 pela Comissão de Investigação da ONU sobre Direitos Humanos na Coreia do Norte já destacava na época a situação muito pobre enfrentada pelas norte-coreanas em todas as áreas sob a ditadura mais fechada do mundo.

    (Com EFE)

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.