A demissão do ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, não deve ter impacto na condução das atuais relações bilaterais entre o Brasil e os Estados Unidos, segundo um oficial do Departamento de Estado americano.
Araújo anunciou, em reunião com auxiliares nesta segunda-feira, 29, que entregará o cargo. O chanceler era alvo de grande pressão por parte do Congresso por sua atuação diante da pandemia de Covid-19 no Brasil.
“Eu não acredito que irá afetar fundamentalmente nossas interações”, afirmou durante uma conversa com jornalistas brasileiros o oficial do Departamento de Estado americano, que pediu para não ser identificado.
Segundo a autoridade, os temas discutidos entre Brasil e Estados Unidos, em especial aqueles relacionados ao meio ambiente, “são obviamente influenciados por indivíduos” no governo, mas interessam ao mundo todo e o governo brasileiro é parte essencial da discussão.
“Nossas conversas acontecem de forma bilateral, ainda que obviamente sejam fortemente influenciadas por indivíduos”, disse. “Mas são conversas que os EUA e outros ao redor do mundo pretendem continuar”.
Desde que Joe Biden assumiu a Casa Branca em janeiro, discute-se alguns possíveis pontos de tensão entre o novo governo democrata dos EUA e a atual administração do Brasil quando se trata de meio ambiente meio ambiente. Biden é um grande defensor de políticas em favor do clima e das florestas e pressiona Bolsonaro a adotar medidas relevantes na Amazônia.
Araújo e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, se reuniram em fevereiro com o enviado especial do governo dos Estados Unidos sobre Mudanças Climáticas, John Kerry. Na ocasião, ficou que os países iriam aprofundar o diálogo e manter encontros frequentes “em busca de soluções sustentáveis e duradouras aos desafios climáticos comuns”.