O candidato da esquerda nas eleições do México, Andrés Manuel López Obrador, acusou na quinta-feira o Partido Revolucionário Institucional (PRI) de “ter comprado milhões de votos” no pleito de domingo passado no país. O presidente reafirmou também que continuará rejeitando o resultado da votação, que aponta a sua derrota.
“Sei que compraram milhões de votos. Não estamos falando de milhares, mas sim de milhões de votos”, disse López Obrador em entrevista coletiva, na qual apresentou cupons de supermercados utilizados para a operação. Na terça-feira, o esquerdista pediu a recontagem de todos os votos, rejeitou a nova apuração, que dá 38,33% para Enrique Peña Nieto, do PRI, 31,43% para ele e 25,26% para Josefina Vázquez, do governista Partido Ação Nacional (PAN).
O Instituto Federal Eleitoral, que havia prometido divulgar o resultado final da recontagem na manhã de quinta-feira, realizou uma entrevista coletiva às 19h local (22h Brasília) para informar que já foram apurados 98,6% dos votos. A recontagem aponta a vitória de Peña Nieto sobre López Obrador por um percentual muito próximo ao verificado na primeira apuração.
Contexto – Em 2006, López Obrador denunciou fraude após perder por menos de 0,56% dos votos para Felipe Calderón, do PAN, e mobilizou os seus apoiadores a permanecerem meses nas ruas em protesto. O candidato qualificou de “cínicos corruptos” os dirigentes do PRI que o acusam de realizar montagens de vídeo para sustentar a denúncia de compra de votos.
O partido de Peña Nieto denunciou à Justiça mexicana a coalizão de esquerda Movimento Progressista, de López Obrador, por “montar” os vídeos que mostram a compra de votos no domingo passado. Eduardo Sánchez, porta-voz do PRI, entregará à Justiça indícios de “que houve uma montagem: levaram gente às urnas para dizer que foram aliciadas por nós, o que é falso”. Sánchez denunciou a tentativa da esquerda de “manchar uma eleição que foi limpa”.
(Com agência France-Presse)