O presidente americano Barack Obama afirmou nesta quarta-feira que ainda persistem profundas diferenças entre o Irã e os Estados Unidos, apesar do histórico acordo nuclear alcançado entre Teerã e as potências mundiais. “O Irã ainda representa desafios aos nossos interesses e valores”, afirmou. Obama também mencionou, em uma entrevista coletiva na Casa Branca, o apoio iraniano ao terrorismo internacional e “ações para desestabilizar partes do Oriente Médio”.
Segundo o presidente, os Estados Unidos esperam que o comportamento do Irã mude, mas ele “não aposta nisso”. “Vamos tentar incentivá-los a tomar um caminho mais construtivo? Claro que sim, mas não vamos apostar nisso”. Além disso, Obama acrescentou que, “ao contrario da situação de Cuba, não estamos normalizando nossas relações”. O presidente americano também destacou que as preocupações de Israel em relação ao Irã são legítimas, mas insistiu que a República Islâmica armada nuclearmente seria ainda mais perigosa.
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Combate ao EI – Questionado sobre uma eventual ação conjunta com o Irã para combater os jihadistas do Estado Islâmico (EI), o presidente dos EUA descartou que seu país possa cooperar abertamente com os iranianos nessa questão. “Não prevejo uma série de acordos formais com o Irã sobre como conduzimos nossa campanha contra o EI”, disse.
Também nesta quarta, os EUA apresentaram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) um projeto de resolução para ratificar o acordo nuclear concluído em Viena. O texto, que será aprovado no início da próxima semana, valida o acordo e substitui as sete resoluções adotadas desde 2006 pela ONU para punir o Irã. O projeto de resolução prevê um levantamento paulatino e “sob condições criteriosas” das sanções econômicas internacionais impostas ao Irã à medida que Teerã reduza sua capacidade de fabricação de uma arma atômica.
Mantém, no entanto, o embargo sobre armas convencionais durante cinco anos e uma proibição de qualquer tipo de transação de mísseis balísticos com capacidade de levar ogivas nucleares durante oito anos. A votação dessa resolução será realizada na próxima segunda ou terça-feira. Será uma mera formalidade, já que o acordo e o próprio projeto de resolução foram negociados pelos membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, China, Rússia, França e Grã-Bretanha), além da Alemanha.
(Da redação)